Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 8 de março de 2020
No ano passado, o governo teve derrotas no Congresso
Foto: Luis Macedo/Câmara dos DeputadosO acirramento do embate entre o governo federal e o Legislativo ameaça o andamento, na Câmara dos Deputados, tanto de pautas consideradas prioritárias pela equipe econômica, como a reforma administrativa, quanto de bandeiras do presidente Jair Bolsonaro, como a exploração de terras indígenas, segundo a avaliação de líderes de partidos.
Também podem enfrentar resistência propostas que atendem a interesses de bases eleitorais do presidente, como a ideia de alterar a cobrança do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre os combustíveis.
Assim como no ano passado, o Planalto continua sem uma bancada fiel no Congresso, e a proximidade das eleições municipais deve emperrar discussões de pautas polêmicas, com potencial para desgastar o eleitorado dos deputados em seus respectivos Estados.
No ano passado, sem uma base de apoio organizada, o presidente já tinha acumulado derrotas no Congresso. Não conseguiu, por exemplo, aprovar a íntegra da medida provisória que reestruturou os ministérios e viu outras matérias não avançarem ou perderem validade por não terem sido votadas pelos parlamentares. Recentes declarações de Bolsonaro e de integrantes do governo também têm impactado o humor dos parlamentares.
Em fevereiro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, comparou funcionários públicos a “parasitas” – depois pediu desculpas – em meio às tratativas do governo para fechar o texto da reforma administrativa, que atinge os trabalhadores da categoria.
O clima azedou mais com a declaração do ministro Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), que apontou “chantagem” dos congressistas, e com a revelação de que Bolsonaro compartilhou um vídeo endossando protestos contra o Congresso.