Segunda-feira, 28 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 25 de julho de 2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu, nessa sexta-feira (25), que aliados, como o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) e o vereador Jair Tatto (PT), “tomem alguma atitude” contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na Câmara. “Ô Boulos, ô Tatto, vocês na Câmara tem que tomar alguma atitude. Esse cara é deputado, ele se afastou e foi lá para os Estados Unidos ficar pedindo: ‘Ô Trump, salva o meu pai'”, disse Lula durante um evento em Osasco, São Paulo.
Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos desde março deste ano. Segundo ele, o afastamento de seu mandato Câmara dos Deputados se deu para articulação política.
Para Lula, o parlamentar está “traindo a nação” e o “povo brasileiro”.
“Estão pedindo pro presidente dos Estados Unidos aumentar a taxa das coisas que nós vendemos pra eles pra libertar o pai, ou seja, trocando o Brasil, pelo pai. Isso é pior que Silvério dos Reis. Esse cara tá traindo a nação, ele tá traindo o povo brasileiro”, disse o presidente ao comparar Eduardo com Joaquim Silvério dos Reis, principal delator da Inconfidência Mineira.
O chefe do Executivo comentava sobre a sobretaxa de 50% aos produtos brasileiros imposta pelos Estados Unidos no dia 9 de julho. No dia do anúncio, a ação de Donald Trump, líder do país norte-americano, foi defendida por Eduardo Bolsonaro.
Em uma nota pública assinada em conjunto com o jornalista Paulo Figueiredo, Eduardo disse que “o presidente Trump, corretamente, entendeu que Alexandre de Moraes só pode agir com o respaldo de um establishment político, empresarial e institucional que compactua com sua escalada autoritária”.
O parlamentar, que se coloca como deputado em exílio na assinatura, complementa dizendo que Trump entendeu que “esse establishment também precisa arcar com o custo desta aventura. Por isso, a partir de 1º de agosto, empresas brasileiras que desejarem acessar o maior mercado consumidor do planeta estarão sujeitas ao que se pode chamar de “Tarifa-Moraes”.
Negociação com os EUA
Para tentar reverter o cenário do tarifaço, Lula determinou que o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), lidere a comitiva de mediação com os Estados Unidos. No entanto, segundo o petista, “ninguém quer conversar com ele”.
“Queria dizer pro presidente Trump, que esse moço aqui, o Geraldo Alckmin, é o meu vice-presidente, o cara mais calmo que eu conheço, um exímio negociador, não levanta a voz e não manda carta, ele só quer conversar”, disse o presidente brasileiro.
Durante o evento dessa sexta-feira, Lula mandou um recado para Trump: “O dia que você quiser conversar, o Brasil está pronto e preparado pra discutir e te mostrar o quanto você foi enganado com as informações que te deram. Você vai saber a verdade sobre o Brasil e quando você souber da verdade você vai falar: ‘Lula, eu não vou mais taxar o Brasil, vamos ficar do jeito que tá’.
“Eu quero que o Trump nos trate com a delicadeza e o respeito que eu trato os Estados Unidos e o povo americano”, finalizou. As informações são da CNN.