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Brasil A maioria da cúpula da Petrobras envolvida na corrupção já está solta

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Os pedidos variam de indenizações por danos morais e lucros cessantes a reembolso por perdas (Foto: Reprodução)

Três anos depois do início da operação Lava-Jato, dos seis ex-dirigentes da Petrobras que foram presos a partir das investigações, dois continuam encarcerados. São os ex-diretores Renato Duque (da área de Serviços) e Jorge Zelada (Internacional). Ambos foram condenados em primeira instância e continuam em penitenciária no Paraná.

Duque foi condenado a quase 21 anos de prisão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Jorge Zelada, que sucedeu Cerveró na diretoria internacional, foi condenado a 12 anos e dois meses de prisão, acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Na sentença, o juiz Sergio Moro decretou o confisco de saldos encontrados em duas contas de Zelada no Panamá e no Principado de Mônaco.

Livre, barbudo e mais gordo do que na época em que era gerente-executivo da poderosa área de engenharia da Petrobras, Pedro Barusco terá que usar tornozeleira eletrônica até 2018. É proibido de sair de casa à noite. Mas a limitação não o impede de frequentar locais públicos. Foi visto no BarraShopping, na zona oeste do Rio, por um excolega da Petrobras no ano passado. Fazia compras sem ser importunado. Barusco foi um colaborador importante da Justiça. Apresentou meticulosa planilha de propinas identificando empresas e beneficiários e, ainda, devolveu US$ 97 milhões que havia depositado no exterior.

Já Delcídio do Amaral, que ocupou a diretoria de Gás e Energia no governo FHC e teve o mandato de senador pelo PT cassado em maio de 2016, vive entre Corumbá e Campo Grande (Mato Grosso do Sul). Atualmente se ocupa da fazenda no Pantanal onde a família cria gado de corte da raça nelore. “Tenho me dedicado intensamente a essas atividades e ao front jurídico”, disse ele ao Valor.

No acordo em que se comprometeu a devolver à Justiça R$ 1,5 milhão, o ex-senador afirma que a quantia será dividida e paga em parcelas. Delcídio Amaral foi condenado por obstrução da Justiça. Diz que “vira e mexe” é acionado para prestar depoimentos para a Justiça do Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e do Distrito Federal.

Entre as medidas previstas, diz, ele precisa produzir mensalmente e entregar à Justiça um relatório de atividades. Também é obrigado a se apresentar à 10ª Vara Federal de Brasília a cada 60 dias, e informar qualquer deslocamento. Tem que se recolher diariamente às 22h, horário em que ele disse estar invariavelmente dormindo, principalmente quando está na fazenda.

Paulo Roberto Costa, o ex-diretor que abalou o mundo empresarial e político quando detalhou o esquema de corrupção sistêmica na Petrobras em sua delação premiada, também está em liberdade. Já não usa tornozeleiras e no momento presta serviços comunitários ajudando alunos do ensino médio com dúvidas sobre matemática, física, história e geografia em uma escola na região do distrito de Itaipava, região serrana do Rio, onde mora.

Ele já devolveu US$ 25,8 milhões que mantinha no exterior e a Justiça determinou que pagasse multa de R$ 5 milhões. Os advogados não informaram se o valor já foi pago, mas o acordo assinado em Curitiba previa que a multa poderia ser deduzida dos bens bloqueados pela Justiça, entre os quais uma lancha e quantias em espécie em euros, dólares e reais.

Paulo Roberto Costa agora está colaborando com o FBI (polícia federal americana) e o Departamento de Justiça (DoJ) dos Estados Unidos, o que pode prejudicar a defesa da Petrobras naquele país, onde a estatal alega ter sido vítima. Costa é processado nos Estados Unidos junto com outros ex-diretores em uma ação coletiva iniciada por investidores da Petrobras.

Consultado, o advogado João Baldaque Mestieri, que defende o ex-diretor da estatal, disse que não é conveniente para o cliente dar entrevista ou responder a perguntas enviadas pela reportagem. Entre as questões sem resposta estava o escopo da colaboração com as autoridades americanas e como ele está pagando por sua defesa já que recentemente alegou que não poderia ir a Curitiba, a pedido da Justiça, porque não tinha como pagar a viagem. Entretanto, o executivo enfrenta a possibilidade de um revés no seu processo judicial. Em fevereiro, o Ministério Público Federal (MPF) pediu ao juiz Sergio Moro, da 13 a Vara Federal de Curitiba, a suspensão dos benefícios previstos no acordo de colaboração premiada de Costa e seus familiares.

O argumento é de que o ex-diretor, as filhas Ariana Azevedo Costa Bachmann e Shanni Azevedo Costa Bachmann, e o genro Marcio Lewkowicz mentiram no interrogatório judicial a respeito de contas existentes no exterior em nome deles. Em nota, a assessoria de Mestieri afirma que ele “explicou aos procuradores não existir discrepância ou desmentidos”, sem no entanto disponibilizar o inteiro teor da defesa.

A situação de Nestor Cerveró é diferente. Ex-diretor da área Internacional da Petrobras e da BR Distribuidora, no momento está em prisão domiciliar em sua casa em Itaipava, mesma região onde Costa está morando. Cerveró terá que vender imóveis para cumprir as condições previstas no acordo de delação feito com o Ministério Público Federal (MPF).

Condenado a 25 anos de prisão, ele teve a pena abrandada, mas ainda usa tornozeleira eletrônica. Seu acordo foi menos favorável do que o de Costa, um dos primeiros a descrever a corrupção na estatal e, por isso, recebeu, em troca, condições consideradas mais vantajosas.

O ex-responsável pela área internacional da Petrobras terá que devolver cerca de R$ 17,7 milhões que estavam aplicados em ações, fundos de investimento e imóveis no Brasil e contas no exterior. Uma parte já foi recuperada pela Justiça.

Cerveró, que foi subordinado à diretoria de Delcídio Amaral no governo FHC, teve que pagar multa de R$ 825 mil, equivalentes a todos os saldos que tinha em contas de fundos de investimentos e previdência privada e que tinha em contas de fundos de investimentos e previdência privada e também transferiu para a Petrobras ações da empresa que detinha, assim como depósitos milionários fora do país.

Foram encontrados 1 milhão de libras esterlinas depositadas em Londres e US$ 495 mil que estavam em uma conta chamada Russell Advisors, nas Bahamas. Desses valores, 80% foram devolvidos para a Petrobras e os outros 20% foram pagos para a União.

Cerveró tem prazo até dezembro de 2017 para vender três apartamentos na zona sul do Rio de Janeiro, sendo dois em Ipanema e outro em Copacabana, e ainda dois terrenos em Teresópolis e Itaipava. Alguns desses imóveis tinham sido registrados em nome dos filhos Bernardo, que foi responsável pela denúncia contra Delcídio Amaral, e Raquel.

O apartamento de valor mais alto, com preço avaliado em R$ 6 milhões, fica na rua Nascimento Silva, no coração de Ipanema, e deveria ter sido vendido em janeiro deste ano. Está em nome de uma offshore criada no Uruguai, a Jolmey do Brasil Administradora de Bens. A advogada de Cerveró, Alessi Brandão, informou que o pagamento dos valores “está sendo processado”. Segundo ela, o único bem que sobrará para ele é o imóvel onde mora atualmente, em Itaipava. (AG)

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https://www.osul.com.br/maioria-da-cupula-da-petrobras-envolvida-na-corrupcao-ja-esta-solta/ A maioria da cúpula da Petrobras envolvida na corrupção já está solta 2017-03-27
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