Sábado, 07 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 6 de junho de 2025
O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou na quinta-feira (5) que ninguém do governo o chamou para conversar sobre mudanças no Fundo de Financiamento da Educação Básica (Fundeb) para aliviar as contas públicas. Santana afirmou ser contra mexer no fundo.
O Fundeb é o principal fundo de financiamento da educação básica brasileira e é composto pela arrecadação de impostos municipais e estaduais, complementados com recursos do governo federal.
De acordo com informações divulgadas nesta semana pelo jornal O Globo, o Fundeb entrou como possibilidade de alternativa à alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), após forte reação negativa no mercado financeiro e no setor produtivo.
No caso do Fundeb, o que entrou em debate foi mudar a complementação da União. Ela subirá de 21% para 23% no ano que vem, e a equipe econômica do governo cogita adiar essa alta, mas isso ainda não foi fechado. Há críticas sobre a eficiência dessa despesa. Porém, o tema tem forte apelo no Congresso.
“Eu não tenho conhecimento (sobre mudanças). Tive conhecimento pela imprensa, e, com certeza, qualquer assunto deverá chamar o ministro da Educação para conversar, não só com o ministro da Fazenda (Fernando Haddad) como com o presidente da República. Nada foi discutido e eu tenho minha opinião própria em relação a isso, que eu colocarei tanto para a equipe econômica do governo como ao próprio presidente: eu sou contra”, disse o ministro em resposta ao jornal O Globo após reunião do Brics sobre Educação em Brasília.
Após o recuo na taxação de remessas de fundos de investimentos, a previsão do governo é de arrecadação de R$ 19,1 bilhões este ano e R$ 38,2 bilhões em 2026 com as mudanças no IOF. Contudo, diante da ofensiva do Congresso contra a medida, o governo negocia alternativas com a cúpula do Legislativo.
O novo plano deve ser anunciado oficialmente após uma reunião com os líderes parlamentares, prevista para este domingo (8).
Santana presidiu, no Itamaraty nesta quinta, a abertura da reunião ministerial do Brics para a educação. O grupo definiu como metas neste ano a adoção ética e inclusiva da Inteligência Artificial na educação básica, ampliar a colaboração entre os países envolvidos no ensino superior (com foco em pesquisas) e aprofundar o conhecimento sobre os sistemas de avaliação existentes nos países do grupo, entre outros temas. As informações são do jornal O Globo.