Quinta-feira, 28 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 8 de novembro de 2020
Donald Trump tem um perfil no Twitter desde março de 2009 e é um ávido usuário da ferramenta. Como presidente dos Estados Unidos, muitas vezes a usou para antecipar anúncios de medidas importantes para seus mais de 87 milhões de seguidores, antes mesmo de divulgá-las através dos canais oficiais da Casa Branca.
Ele também tuita suas opiniões pessoais, inclusive as mais politicamente incorretas, e críticas nada contidas a adversários políticos e até aliados. Sempre que está descontente com alguma situação, é no Twitter que Trump parece desabafar. Mas também é lá que ele comemora, ostenta e tece grandes elogios – em geral a si mesmo.
Ultimamente, entretanto, Trump tem se queixado da forma como “tem sido tratado” pelo Twitter. A rede social chegou inclusive a bloquear temporariamente a conta oficial de sua campanha de reeleição e a marcar postagens de seu perfil pessoal para avisar que continham informações incorretas sobre a Covid-19.
Agora que perdeu a eleição para Joe Biden, ele tem feito na rede social afirmações – também marcadas como duvidosas – de que houve fraude na disputa. Ainda assim, é inegável que, ao longo de quatro anos de mandato, fatos importantes de sua administração foram marcados por tuítes do presidente dos Estados Unidos. Reveja alguns a seguir.
1) Shutdown
Em 22 de dezembro de 2018, o governo dos Estados Unidos entrou em “shutdown”. A paralisação aconteceu porque não houve acordo em relação ao orçamento para 2019: Trump se recusava a negociar caso não fosse incluída na previsão para o ano seguinte dinheiro para que ele construísse um muro entre os EUA e o México – sua grande promessa de campanha.
A paralisação acabou se tornando a mais longa da história dos EUA, durando 35 dias, provocando inúmeros transtornos em diversos setores federais e deixando 800 mil servidores com salários atrasados.
“Estou na Casa Branca, trabalhando muito. As notícias sobre a paralisação e a Síria são em sua maioria FALSAS. Estamos negociando com os democratas sobre a necessidade desesperada de segurança nas fronteiras (gangues, drogas, tráfico humano e muito mais), mas pode ser uma longa permanência. Na Síria, éramos originalmente…”, escreveu, em 22 de dezembro, início do shutdown.
2) Kim Jong-un, amigo
Depois de tantas provocações e ameaças, Trump e Kim Jong-un se encontraram pessoalmente em Singapura, em 12 de junho de 2018, para negociar um plano de paz. A Coreia do Norte se comprometeu com o desmonte do seu programa nuclear, e os dois líderes assinaram uma declaração de quatro itens.
“Um recado muito bom do líder Kim da Coreia do Norte. Grande progresso sendo feito!”, comemorou Trump, exibindo uma carta, em postagem de 12 de julho de 2018.
3) Charlottesville
Em 15 de agosto de 2017, Trump comentou episódios de violência na cidade de Charlottesville, na Carolina do Norte, ocorridos dias antes. Houve confrontos entre integrantes da supremacia branca e grupos antiextremistas.
Bastante cobrado por não condenar publicamente os supremacistas brancos na ocasião, Trump só tocou diretamente na questão do racismo quando falou sobre o assunto um ano depois. “Os tumultos em Charlottesville há um ano resultaram em mortes e divisões sem sentido. Devemos nos unir como nação. Condeno todos os tipos de racismo e atos de violência. Paz a TODOS os Americanos!”, escreveu em 11 de agosto de 2018.
4) Atriz pornô
No início de 2018, a ex-atriz atriz pornô Stormy Daniels deu uma entrevista na qual afirmou ter recebido US$ 130 mil para fazer um acordo com Trump e ficar em silêncio sobre um caso que tiveram em 2006, quando ele já era casado com Melania.
O acordo teria sido feito em 2016, quando ele concorreu à presidência, e foi confirmado pelo então advogado de Trump, Michael Cohen, mas este disse que o então candidato não sabia da negociação.
Em outubro, Daniels processou Trump por difamação, já que o presidente disse – no Twitter – que ela mentiu ao afirmar ter sido ameaçada. A ação foi rejeitada.