Domingo, 11 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 6 de fevereiro de 2019
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Três pedidos de instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o rompimento da barragem em Brumadinho foram protocolados na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Há mais dois na Câmara dos Deputados. Surgirá outro no Senado. Serão realizadas viagens, busca de testemunhas, audiências, sessões secretas e coleta de depoimentos. Tudo regado com o pagamento de passagens aéreas ou locação de veículos, das famosas diárias e muitas câmeras, luzes, microfones e repórteres atentos.
Ao final, redigirão e aprovarão relatórios, que serão enviados ao Ministério Público. O mesmo Ministério que realiza, desde já, com seu habilitado corpo técnico, tarefa idêntica.
Vale das desculpas
Fica a impressão de que a empresa tenta fazer imaginar que a tragédia da lama foi provocada pelos moradores de Brumadinho e o motivo ainda está sob investigação. A interpretação é mais do que criminosa: procura fugir da responsabilidade pelas mortes e danos ao meio ambiente, além de mentir de forma descarada. Não passam de canalhas.
Não dá para ficar assim
Fato incrível: havia uma empresa estrangeira fazendo auditoria da barragem rompida. Atestou que estava em condições e sem riscos para a população. Seus técnicos foram presos e soltos ontem pela Justiça. A mesma Justiça deve expulsar a empresa do país e condenar à prisão os técnicos que provocaram a tragédia.
Falando sem rodeios
O governador Eduardo Leite foi ontem à sessão plenária da Assembleia Legislativa e, da tribuna do plenário, expôs com clareza o quadro de desastre das finanças do Estado. Referiu-se a legado e visão de futuro, projetando a situação do Estado além de sua gestão. Pedirá a dispensa de plebiscito para venda da CEEE, Sulgás e Companhia Riograndense de Mineração. Há fortes indicações de que a Assembleia Legislativa aprovará.
Ganha quem grita mais
Leite pediu aos deputados que ouçam “o silêncio da maioria” favorável às privatizações. Por não ter integrado a Assembleia Legislativa em dia de votações polêmicas, não sofreu com vaias e pressões incessantes das corporações nas galerias, cada vez mais organizadas. Se quiser aprovar, terá de convocar a maioria para ser ruidosa também.
Modelo chinês
Os teóricos da esquerda devem recordar: Deng Xiaoping, líder supremo da República Popular da China entre 1978 e 1990, foi responsável pela introdução da economia de mercado socialista. Em 1982, declarou: “Não deve ser importante para a população se o serviço vai ser executado por empresas particulares, pelo governo ou pela combinação de ambos. O que importa é que a obra ou serviço sejam feitos de maneira competente e atendendo aos objetivos da coletividade.”
Nenhum comunista chiou ou piou e a China sinalizou que passaria a comandar a economia do mundo.
Queda de braço
O PSL tinha certeza de que assumiria a presidência da Comissão de Orçamento da Câmara dos Deputados, cujo poder na divisão de verbas da União é forte. Ontem, o MDB entrou na disputa. Por ter mais experiência em negociações de bastidores, passou a ter vantagem. A definição pode se arrastar até o final deste mês.
Passados 31 anos
Quem vai à cidade de Guaíba com o barco catamarã pode ver como anda a extensa área dos armazéns do cais do porto de outro ângulo. A visão pelo rio constata portões abertos e vidros quebrados, o retrato da ruína. Cabe lembrar outra vez: na campanha eleitoral de 1988, os candidatos à Prefeitura de Porto Alegre assinaram documento se comprometendo com uma grande obra para transformar a área em atração turística, cultural e gastronômica da cidade. Ficou tudo na promessa.
Deu no site
Um em cada cinco deputados estaduais eleitos no Rio de Janeiro responde a processos criminais na Justiça ou está preso.
Daqui um pouco confirmará letra de Bezerra da Silva: “Se gritar pega ladrão, não sobra um, meu irmão”. O nome do samba é Reunião de Bacana.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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