Domingo, 05 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 23 de fevereiro de 2016
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
A manchete dos jornais a 24 de fevereiro de 2006 foi esta:
“A economia brasileira cresce só 2,3 por cento no ano passado.”
O resultado surpreendeu, porque as condições mundiais favoráveis empurraram países emergentes, como China e Índia, a crescimentos entre 7 e 10 por cento.
O Brasil conseguiu a façanha de ver sua taxa encolher para 2,3 por cento em 2005, menos da metade do que a taxa de 2004, que atingiu 4,9 por cento.
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que avalia o total de riquezas num determinado período pelo país, foi o segundo pior da América Latina, só tendo superado o do Haiti, que cresceu 1,5 por cento.
Houve desaceleração dos investimentos, que ficou em 1,6 por cento. Acrescentou-se o mau desempenho da agricultura com expansão de 0,8 por cento, a menor desde 1997.
O economista-chefe da consultoria Austin Rating, Alex Agostini, culpou os juros, mas disse que a crise política acentuou o mau desempenho porque trouxe incertezas. O País vivia em meio às denúncias do mensalão e a substituição de ministros envolvidos.
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, previu que a economia brasileira iria se expandir 5 por cento. Ao final de 2006, o PIB ficou em 4 por cento.
A notícia desta semana não surpreende:
“A economia brasileira deve fechar 2016 com o segundo pior desempenho do mundo, segundo dados do Fundo Monetário Internacional. A estimativa é que o Produto Interno Bruto (PIB) do país encolha 3,5 por cento, resultado melhor apenas que a contração de 6 por cento esperada para a Venezuela.”
O aviso dado há 10 anos não ajudou a corrigir a rota.
Os oito anos de Guido Mantega no Ministério da Fazenda (2006 a 2014) se resumiram ao giro em torno de si mesmo e descrédito crescente. Substituído por Joaquim Levy, ficou na mesma e 2015 foi um ano perdido.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.