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Por Redação O Sul | 14 de novembro de 2020
Uma equipe de cientistas da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, acredita ter detectado o nascimento de um magnetar em 22 de maio deste ano. O evento, que nunca foi visto antes, consiste na transformação de uma estrela colapsada em uma estrela de nêutrons que gira rapidamente e possui grandes campos magnéticos, descarregando energia aos seus arredores e criando um brilho muito forte.
A pesquisa tem apoio da Fundação Nacional da Ciência dos Estados Unidos e da Nasa, e será publicada ainda neste ano no The Astrophysical Journal.
Os pesquisadores acreditam que o magnetar foi formado pela fusão de duas estrelas de nêutrons. A fusão, por sua vez, resultou em uma kilonova luminosa. “Quando duas estrelas de nêutrons se fundem, o resultado mais comum é que elas formem uma estrela de nêutrons pesada que colapsa em um buraco negro em milissegundos ou menos”, explica, em nota, Wen-fai Fong, líder do estudo. “É possível que, para esta explosão de raios gama curta em particular, o objeto pesado tenha sobrevivido. Em vez de colapsar em um buraco negro, tornou-se um magnetar.”
A luz do evento foi detectada pelo Observatório Neil Gehrels Swift da Nasa e os cientistas rapidamente voltaram outros telescópios, incluindo o Telescópio Espacial Hubble, para estudar as consequências da explosão e sua galáxia hospedeira. Fong percebeu que a emissão infravermelha detectada pelo Hubble foi surpreendente: dez vezes mais brilhante do que o previsto em acontecimentos semelhantes.
A equipe de cientistas pensou em várias possibilidades para explicar o brilho incomum — conhecido como uma explosão curta de raios gama — e foi aí que chegaram à conclusão de que poderia se tratar do nascimento de um magnetar. “Sabemos que os magnetares existem porque os vemos em nossa galáxia”, disse Fong. “Achamos que a maioria deles é formada na morte explosiva de estrelas massivas, deixando para trás essas estrelas de nêutrons altamente magnetizadas. No entanto, é possível que uma pequena fração se forme em fusões de estrelas de nêutrons. Nunca vimos evidências disso antes, muito menos na luz infravermelha, o que torna esta descoberta especial.”
Dentro de alguns anos a hipótese poderá ser comprovada já que o material ejetado da explosão irá produzir uma luz que aparece em comprimentos de onda de rádio. Assim, as análises dessas ondas podem explicar a origem de tais objetos.