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Brasil Pesquisadores apontam o Brasil como o novo epicentro do coronavírus

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Gráfico aponta casos estimados de coronavírus no Brasil. (Foto: Reprodução/CIIS/FMUSP)

Um estudo realizado por pesquisadores brasileiros independentes e voluntários aponta o Brasil como o novo epicentro de coronavírus no mundo. De acordo com o levantamento, até 4 de maio, o País tinha entre 1,3 milhão e 2 milhões de casos confirmados da doença, mais do que o registrado nos Estados Unidos, atual epicentro, com 1,2 milhão de casos, segundo o monitoramento da universidade americana Johns Hopkins.

O número apresentado no Portal Covid-19 foi calculado com base em modelos matemáticos que têm como base a Taxa de Letalidade da Coreia do Sul, um dos poucos países que tem conseguido realizar testes em massa – o que sugere que o índice seja mais próximo do real. A Taxa de Letalidade dos Casos é ainda ajustada a partir de um deslocamento temporal entre o registro de óbitos e a confirmação de casos. O estudo estima que o Brasil já tenha entre 10 mil e 12 mil mortos por coronavírus.

“O Brasil é hoje o principal foco da epidemia no mundo. O atraso dos resultados e a subnotificação nos levam a lidar com números muito distantes da realidade. Não estamos conseguindo gerenciar a pandemia. O que estamos fazendo é apenas lidar com os casos de internação, mas sem um cenário preditivo”, explica o professor Domingos Alves, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), que integra a equipe do Portal Covid-19.

Oficialmente, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde nessa terça-feira (5), o Brasil tem 114.715 casos de coronavírus e 7.921 mortes causadas pela doença. Ainda de acordo com o governo, 1.579 óbitos permanecem em investigação. O próprio ministério admite, porém, que apenas pacientes internados são testados para coronavírus no País. Os casos de assintomáticos ou pessoas com sintomas leves não são sujeitos à testagem e, portanto, não são notificados.

“O que mais nos preocupa hoje é o número de casos ocorrendo nas cidades do interior, com uma infraestrutura muito menor do que a observada nas capitais. Isso pode fugir do controle dos gestores estaduais. O que as pessoas não estão levando em consideração é que o atraso de medidas mais rígidas, a falta de gestão da pandemia, representa vidas que poderiam estar sendo salvas.”

Isolamento e “lockdown”

O Brasil tem hoje uma taxa de distanciamento de 50%, muito abaixo da considerada ideal, em torno de 70%. Ainda assim, os números mostram que o isolamento praticado até aqui reduziu o número de mortes no País, que poderia ser ainda mais alarmante. “Estimamos que os números de óbitos seriam de 3 a 4 vezes maiores se não tivéssemos esse nível de isolamento”, explica Alves.

Na opinião do pesquisador, não é momento de flexibilizar a circulação de pessoas. Pelo contrário, estudiosos do Portal Covid-19 acreditam que, para evitar ainda mais mortes, o chamado “lockdown” – que impõe a restrição de circulação – deveria ser adotado quando a ocupação de leitos hospitalares nas capitais estiver em 70% – ou 60% no caso de cidades do interior, que têm menor infraestrutura de saúde. Em São Paulo, a taxa de ocupação de leitos já ultrapassa os 80%. No Rio, o índice já passa de 90%.

“Se formos rigorosos agora, talvez daqui um mês possamos tomar medidas de relaxamento como o que está ocorrendo em Portugal, Nova Zelândia e Alemanha. Se não o fizermos, estaremos cada vez mais parecidos com o cenário dos EUA e o Equador, com muitos mortos em casa por falta de atendimento.”

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https://www.osul.com.br/o-brasil-e-o-novo-epicentro-de-coronavirus-aponta-estudo/ Pesquisadores apontam o Brasil como o novo epicentro do coronavírus 2020-05-05
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