Quinta-feira, 09 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 3 de julho de 2020
O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) intimou a ex-esposa do presidente Jair Bolsonaro Ana Cristina Siqueira Valle para prestar depoimento no inquérito que investiga prática de rachadinha e uso de funcionários fantasmas no gabinete do vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos). Segundo informações da CNN Brasil, os investigadores esperam ouvi-la na próxima quinta-feira (09). Ana Cristina é mãe de Jair Renan, um dos filhos do presidente.
Carlos Bolsonaro é alvo de uma investigação do Ministério Público do Rio desde o ano passado. Nesta semana, o MP do Rio informou que enviou 21 ações contra vereadores para a primeira instância, depois de uma decisão do Supremo Tribunal Federal. Antes, vereadores tinham foro privilegiado previsto na Constituição do estado do Rio, com direito a serem julgados por desembargadores.
Ana Cristina Siqueira Valle foi chefe do gabinete de Carlos Bolsonaro entre 2001 e 2008. Ela hoje trabalha no gabinete de um vereador em Resende, no Sul Fluminense, onde vive sua família. A família dela aparece aparecem na investigação sobre o esquema de “rachadinhas” apurado pelo MP do Rio no gabinete do agora senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Membros da família que residiam em Resende sacavam quase todo o salário que recebiam da Assembleia Legislativa do Rio para “repassar a outros integrantes da organização criminosa”, de acordo com documento do MP.
Flávio Bolsonaro
Já o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) vai prestar depoimento no âmbito das investigações sobre o chamado esquema de rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, segundo a advogada Luciana Pires, que tenta negociar um interrogatório através de videoconferência.
O Ministério Público do Rio intimou o parlamentar para falar na semana que vem, no dia 6 ou 7 de julho.
A defesa de Flávio, que é filho do presidente Jair Bolsonaro, questionou a competência do órgão para a oitiva uma vez que a investigação saiu da primeira para a segunda instância da Justiça fluminense. O MP, no entanto, alega que está apto e autorizado a fazer a oitiva.
“Não há impasse. Estamos definindo uma data”, disse à Reuters Luciana Pires, que integra a defesa do senador.
Segundo a advogada, Flávio tem prerrogativa de foro por função e pode “negociar” uma data e um local mais adequados para ser ouvido. “O MP nos deu opções… estamos vendo a agenda do senador”, afirmou a advogada. “Tudo será por videoconferência.”
O outro advogado do senador, Rodrigo Roca, já tinha revelado à Reuters a preferência por uma oitiva não presencial. Questionado sobre a data do interrogatório, o MP do Rio informou que o inquérito “corre sob sigilo”.
Flávio Bolsonaro e outros cerca de 20 parlamentares da Alerj são suspeitos de terem praticado a rachadinha em seus gabinetes no Legislativo do Rio. As informações são da CNN Brasil e da agência de notícias Reuters.