Segunda-feira, 14 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 26 de julho de 2020
O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, disse que o país vai continuar mantendo suas fronteiras com o Brasil fechadas até que a curva de contágio do novo coronavírus caia no território brasileiro. “O Brasil é o segundo país com o maior número de mortes e temos uma obrigação moral de cuidar da saúde de nosso povo”, afirmou Benítez.
O presidente paraguaio acrescentou que, mesmo com o fechamento da fronteira, Ciudad del Este, na fronteira com Foz de Iguaçu e a cerca de 330 km a leste de Assunção, “é uma das cidades com mais casos” de coronavírus no país.
Com mais 84 mil mortos e 2,2 milhões de infecções, o Brasil é o segundo país no mundo com maior número de óbitos e casos da Covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos. Já o Paraguai registrou, até o momento, 36 mortes e 4 mil infectados.
A fronteira entre Brasil e Paraguai foi fechada no dia 24 de março e, desde então, o governo paraguaio tem estendido a medida para evitar o avanço da doença. Abdo afirmou que, por ser um país sem acesso ao mar, o Paraguai é o mais interessado em reabrir suas fronteiras para impulsionar o comércio, mas que “por enquanto eles continuarão sendo fechados até que a curva (epidêmica) no Brasil comece a se achatar”.
O Paraguai intensificou na semana passada o controle aéreo no Rio Paraná após as constantes trocas e tiros entre contrabandistas que atuam entre as cidades da região de Cidade do Leste e Foz do Iguaçu. Na semana passada um marinheiro paraguaio foi morto durante um tiroteio com contrabandistas e na noite de quarta-feira novos tiros foram registrados.
A Armada Paraguaia em Assunção informou que os controles serão feitos por ar, água e terra com comando pela Área Naval del Este, com apoio da Patrulha Naval para conter o contrabando, narcotráfico e ingresso ilegal de pessoas. O capitão Navío Christian Rotela, da Área Naval del Este, disse que as ações serão intensificadas no combate aos crimes de fronteira. “Serão reforçados todos os meios disponíveis para combater de frente o narcotráfico e entrada ilegal de pessoas”.
Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro foi mais uma vez denunciado ao Tribunal Penal Internacional, de Haia, por crimes contra a humanidade. A denúncia, desta vez, é pela maneira com que ele vem enfrentando a pandemia da Covid-19 no Brasil, segundo informações do UOL. A iniciativa está sendo liderada por uma coalizão que representa mais de um milhão de trabalhadores da saúde no Brasil e e sendo apoiada por entidades internacionais.
A Rede Sindical Brasileira UNISaúde acusa o presidente de “falhas graves e mortais” na condução da resposta à pandemia de Covid-19. “No entendimento da coalizão, há indícios de que Bolsonaro tenha cometido crime contra a humanidade durante sua gestão frente à pandemia, ao adotar ações negligentes e irresponsáveis, que contribuíram para as mais de 80 mil mortes pela doença no país”, destacam.