Sexta-feira, 04 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 1 de fevereiro de 2021
Com o colapso no sistema de saúde do Amazonas e a circulação de uma nova variante do novo coronavírus potencialmente mais transmissível na região, o porcentual de mortos por covid-19 que não tinham nenhum fator de risco dobrou no Estado em janeiro – já representa 20% de todas as vítimas da doença no mês.
Os números foram tabulados pelo jornal Estado de S. Paulo a partir da base de dados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) do Ministério da Saúde, cuja versão mais atualizada traz estatísticas até 25 de janeiro.
A análise, que considerou óbitos por covid-19 por data de ocorrência, aponta que, dos 1.664 mortos pela doença no Amazonas em janeiro já inseridos no sistema, 331 deles tinham menos de 60 anos e não sofriam de doenças crônicas.
O número equivale a 19,9% do total de vítimas do mês e ao dobro do índice médio de 2020.
Em todo o ano passado, foram 5.303 vítimas da covid-19 no Amazonas, das quais 491 (ou 9,2%) não eram idosas nem possuíam comorbidades.
Se comparado ao perfil das vítimas de todo o Brasil, o aumento do índice de mortos sem fatores de risco no Amazonas fica ainda mais evidente.
Do total de mortos no País desde o início da pandemia, somente 7,3% deles não eram idosos nem tinham doenças crônicas. Considerando só os dados de janeiro, a taxa de mortos com esse perfil foi de 7,4%.
Vítimas jovens e saudáveis
“A gente vem percebendo esse fenômeno desde meados de dezembro. Hoje, por exemplo, quase todos os meus 14 pacientes da sala de emergência têm entre 40 e 50 anos. Só tem um idoso e outro com hipertensão. Os demais não têm comorbidades”, relatou na semana passada uma médica do Hospital Delphina Aziz, uma das unidades de referência para covid-19 em Manaus. Ela não quis ter seu nome divulgado.
Para especialistas, a principal explicação para o aumento de vítimas mais jovens e saudáveis é o colapso do sistema de saúde amazonense.
Auxílio
O pagamento do Cartão Auxílio começa a ser feito nesta segunda-feira (1º) para famílias em situação de extrema pobreza. Os selecionados vão receber R$ 600, divididos em três parcelas de R$ 200. Ao todo, 100 mil famílias serão beneficiadas no Amazonas.
Em Manaus, a entrega em domicílio será feita por técnicos da Secretaria de Estado da Assistência Social (Seas) e do Fundo de Promoção Social e Erradicação da Pobreza (FPS). Com o auxílio, as famílias poderão comprar produtos alimentícios e de higiene e limpeza. O objetivo é garantir a segurança alimentar de famílias em situação de vulnerabilidade agravada pela pandemia da covid-19.
Segundo o governo do Amazonas, não é necessário ir a nenhum órgão público para receber o benefício. O cartão será entregue na casa das famílias selecionadas. A medida busca preservar a saúde da população, evitando a exposição dos beneficiários a um risco maior de transmissão da covid-19.