Sábado, 05 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 7 de julho de 2020
O Teatro alla Scala, principal casa de óperas de Milão e da Itália, reabriu ao público na noite de segunda-feira (6) e aproveitou para homenagear o maestro e compositor Ennio Morricone, que faleceu no mesmo dia aos 91 anos. No concerto de reinauguração o barítono Luca Salsi, a pianista Beatrice Rana e o violoncelista Mischa Maisky tocaram a música do artista italiano Tema d’amore, de “Nuovo Cinema Paradiso”.
A retomada do calendário de espetáculos conta com uma minitemporada de quatro concertos programados até o dia 15 do mês que vem. As apresentações terão público máximo de 600 espectadores para evitar aglomerações e a propagação do novo coronavírus.
Para o superintendente Dominique Meyer, é uma grande emoção encontrar o público e reabrir as portas do Scala.”A última vez que vim aqui foi para anunciar que as portas estavam fechadas ao público. Foi uma dor para todos, não sabíamos que ficaríamos fechados por quatro meses. Hoje à noite saí para encontrar o público”, disse ele pouco antes do começo do concerto.
Funeral discreto
O corpo do maestro Ennio Morricone foi enterrado na manhã desta terça-feira (7) no cemitério Laurentino, de Roma, em uma cerimônia restrita apenas à família conforme pedido do artista italiano.
O enterro ocorreu após um discreto funeral na capela do Campus Biomedico, o hospital romano onde Morricone faleceu. No local, estavam presentes apenas a esposa Maria, os filhos e os netos.
O maestro italiano não tinha uma tumba de família no local. Enquanto aguardam as autorizações necessárias para a construção de uma, Morricone foi enterrado no túmulo de um parente.
A simplicidade da despedida a um dos gênios das artes italianas foi um pedido do próprio compositor. Segundo o seu obituário, divulgado ontem pelo advogado Giorgio Assumma, ele “não queria dar trabalho” para a família com um funeral pomposo.
A morte de Morricone causou repercussão mundial e, de maneira unânime, políticos, artistas e fãs recordaram a integridade e a genialidade do italiano, responsável pela trilha sonora de mais de 500 filmes e programas de televisão – e por embalar a memória de inúmeras gerações apaixonadas pela sétima arte.
Morricone faleceu após alguns dias internado no hospital para tratar de uma queda. Ele estava “com plena lucidez e grande dignidade” até o fim, conforme Assumma.
Trajetória
Nascido no dia 10 de novembro de 1928, em Roma, o maestro era filho de trompetista e formado no Conservatório de Santa Cecilia, uma das escolas de música mais renomadas da Itália.
Morricone faz parte do restrito panteão dos grandes maestros da história do cinema, como confirmam a estrela na Calçada da Fama de Hollywood e os dois prêmios no Oscar: um em 2007, pelo conjunto de sua obra, e outro em 2016, pela trilha sonora original de “Os Oito Odiados”, de Quentin Tarantino, um de seus maiores fãs.
Além disso, foi indicado outras cinco vezes: por “Cinzas no Paraíso”, em 1979, “A Missão”, em 1987, “Os Intocáveis”, em 1988, “Bugsy”, em 1992, e “Malèna”, em 2001.
Outros grandes trabalhos de Morricone são as trilhas originais de “Por um Punhado de Dólares” (1964), “Cinema Paradiso” (1988) e “Bastardos Inglórios” (2009).
O maestro italiano também conquistou três prêmios no Globo de Ouro, seis no Bafta e 10 no David di Donatello, o “Oscar” do cinema italiano. As informações são da agência de notícias Ansa.