Quinta-feira, 14 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 6 de janeiro de 2022
Em meio a muitas incertezas, os cientistas afirmam com segurança que a variante ômicron é mais transmissível. Diante da explosão de casos de covid-19 que ocorreu nos últimos dias, máscaras cirúrgicas e de pano, embora as mais comuns, não são suficientes para garantir proteção.
Vitor Mori, pesquisador na Universidade de Vermont e membro do Observatório COVID-19BR, explica que o vírus SARS-CoV-2 segue um mesmo padrão: se transmite da mesma forma e tem o mesmo tamanho. Mas há variáveis que ainda não foram totalmente dimensionadas: se as pessoas infectadas carregam mais vírus, se a localização da carga viral (nas vias superiores) facilita o caminho, ou se a quantidade de vírus necessária para infecção é menor.
“Com esse vírus mais transmissível, as medidas de proteção têm que acompanhar o risco. Então faz sentido usar uma máscara melhor”, explica Mori.
Segundo ele, a máscara mais segura é a PFF2, de preferência com a tira na cabeça, mas a que prende atrás da orelha também é boa opção. Em terceiro lugar, a KN95, que é uma equivalente à PFF2, mas sem os mesmos certificados.
Caso nenhuma dessas esteja acessível, a recomendação é usar a cirúrgica com uma de pano por cima, nessa ordem porque a cirúrgica vai filtrar e a de pano terá o papel de ajustá-la melhor. Como última opção, a cirúrgica, bem ajustada, ou a de pano, com, no mínimo, duas camadas.
“Mas essas duas opções representam risco grande em espaços fechados com muita gente”, alerta o pesquisador. “É preciso desmistificar a PFF2. Ela não é mais difícil de achar, basta procurar além da farmácia, como lojas de material de construção ou EPI. E como pode ser reutilizada várias vezes, não é tão cara.”
De qualquer forma, é importante levar sempre em conta dois pontos centrais: ajuste e filtração. Não adianta ser PFF2 se o ar sair pelas laterais. Ou a de pano bem ajustada, mas com tecido de tricô. Além disso, é importante considerar o conforto, para que a máscara seja corretamente utilizada, pelo tempo necessário.
Diferenças
— PFF2: Máscaras do tipo PFF2 são consideradas as melhores para prevenir a transmissão aérea do vírus. Ela é feita com camadas de material com uma porosidade menor, que retém 95% das partículas suspensas no ar (como vírus e bactérias), além de vedar melhor o nariz e a boca.
— KN95: O nome KN95 diz respeito ao padrão na Ásia, enquanto N95 é usado nos Estados Unidos e PFF2, no Brasil. Em tese, os três são iguais, mas a KN95 não é aprovada nos EUA, e vários dos seus modelos foram reprovados pela Anvisa, por não atenderem ao critério exigido de filtragem de 95% das partículas.
— Cirúrgica + pano: Um estudo realizado pelo Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos mostra que a combinação de máscara cirúrgica e de pano garante um ajuste mais apertado ao redor do rosto e reduz em 95% a exposição aos aerosóis – as partículas suspensas no arque podem conter o coronavírus. Usadas separadamente, porém,sua eficácia varia de 40% a 50%.