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Rio Grande do Sul Por que casos de leptospirose podem aumentar com chuvas no Rio Grande do Sul

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A doença é frequente em cenários de fortes chuvas e inundações.

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
A doença é frequente em cenários de fortes chuvas e inundações. (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

O Rio Grande do Sul confirmou nesta semana dois casos de morte por leptospirose devido às enchentes que assolam o Estado desde o início do mês.

A doença é frequente em cenários de fortes chuvas e inundações porque a bactéria causadora da doença se espalha com facilidade na água em que os moradores precisam trafegar, aumentando o risco de infecção. A leptospirose é uma doença infecciosa causada pela exposição direta ou indireta à bactéria Leptospira, transmitida pela urina de roedores infectados, principalmente ratos.

“A bactéria é eliminada pela urina de roedores infectados, como ratos de esgoto e outros silvestres. Em períodos chuvosos, a água da chuva se mistura com a urina desses animais, facilitando a transmissão da bactéria para os seres os humanos”, diz Kátia Avelar, coordenadora do Laboratório de Referência Nacional para Leptospirose do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

Kátia explica que as enchentes potencializam a transmissão da Leptospira porque a bactéria depende de água ou lama para sobreviver no ambiente. Em condições favoráveis para sua sobrevivência, ela pode permanecer no ambiente por semanas e até meses. Em contrapartida, a bactéria não sobrevive após o escoamento da água e a secagem do ambiente.

“Por isso é recomendado evitar contato com água ou lama de enchentes. Como isso nem sempre é possível, é importante proteger bem a pele”, diz a coordenadora.

A doença se desenvolve a partir da penetração na pele com lesões, pele imersa por longos períodos na água contaminada, como a das enchentes, ou por mucosas.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2024, até 19 de abril, antes das enchentes, ocorreram 129 casos e seis óbitos. Em 2023, foram 477 casos com 25 óbitos.

Até o momento, quatro pessoas perderam a vida pela doença desde que iniciaram as enchentes no Estado. A primeira morte divulgada após o início das chuvas foi um homem de 67 anos, morador de Travesseiro, no Vale do Taquari. A confirmação ocorreu após o resultado positivo na amostra analisada pelo Laboratório Central do Estado (Lacen), em Porto Alegre.

A segunda morte após o início das chuvas ocorreu em Venâncio Aires, onde um homem de 33 anos teria tido contato com as águas das enchentes, muito embora tivesse adotado cuidados necessários, como uso de botas. Segundo assessoria de imprensa da prefeitura, a confirmação também foi dada pelo Lacen, em Porto Alegre.

Nessa quinta, foram registrados outros dois óbitos, de dois homens, de 56 e 50 anos, moradores de Cachoeirinha e Porto Alegre, respectivamente.

Alguns pacientes são assintomáticos, ou seja, não apresentam sintomas. Já outros desenvolvem a doença de forma leve ou grave, que podem chegar à morte, explica Emy Akiyama Gouveia, infectologista do Hospital Israelita Albert Einstein.

Sintomas da doença na fase inicial:

— Febre
— Dor de cabeça
— Dor nos músculos, principalmente nas panturrilhas
— Falta de apetite
— Náuseas/vômitos

Também podem ocorrer diarreia, dor nas articulações, vermelhidão nos olhos ou hemorragia conjuntival, fotofobia, dor ocular e tosse.

A forma grave da doença é a síndrome de Weil, que pode causar o “amarelão” na pele, chamado de icterícia rubínica, além de insuficiência renal e hemorragia, sendo a pulmonar a mais comum, podendo ser necessária a internação hospitalar. A icterícia dá um tom alaranjado à pele.

O tempo entre a contaminação e o início dos sintomas, chamado período de incubação, pode variar de 1 a 30 dias, e normalmente ocorre entre 7 a 14 dias após a contaminação.

O diagnóstico pode ser feito de forma clínica, após o cruzamento do relato do paciente na consulta com o resultado de exames solicitados pelo profissional de saúde, como o de sangue e raio-x. Com os exames, sintomas e relato, o diagnóstico é fechado.

Outras formas de realizar o diagnóstico é com a sorologia ou exame molecular para diagnosticar o DNA do agente em amostras de sangue. A sorologia detecta, no sangue do paciente, a presença de anticorpos contra as espécies da bactéria. Já o diagnóstico molecular é feito com kits que possuem sensibilidade para detecção do DNA de bactérias do gênero Leptospira, causadora da doença, de acordo com a Fiocruz.

Já o tratamento é feito por antibióticos e deve ser feito o quanto antes. De acordo com a Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul, o tratamento pode ser feito em qualquer unidade básica de saúde dos municípios e deve ser iniciado, preferencialmente, até o quinto dia após a apresentação dos primeiros sintomas.

 

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