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Por Redação O Sul | 15 de agosto de 2015
O presidente do BC (Banco Central), Alexandre Tombini, disse nessa sexta-feira que a inflação deve atingir o pico neste trimestre, permanecendo elevada até o fim do ano, o que deverá acelerar o processo de desemprego no País. A taxa deve começar a cair em 2016.
A previsão do mercado é de uma taxa de 9,3% no ano. De acordo com ele, o ajuste nos preços controlados, especialmente da energia, que subiu 50%, ainda tem efeitos na inflação.
“Esses ajustes de preços fazem com que a inflação se eleve no curto prazo e tenda a permanecer elevada em 2015, demandando determinação e perseverança para impedir sua transmissão para prazos mais longos”, disse Tombini durante abertura de seminário sobre riscos, estabilidade e economia bancária, promovido pelo BC.
Por conta disso, sinalizou que a manutenção da política de juros altos por um período prolongado é necessária para a convergência da inflação para a meta, que só deve acontecer no fim de 2016. Atualmente, a Selic (a taxa básica de juros) está em 14,25% ao ano.
“Os riscos remanescentes para que as projeções de inflação atinjam com segurança o objetivo de 4,5% no final de 2016 são condizentes com o efeito defasado e cumulativo da política monetária, mas exigem vigilância em casos de desvios significativos nas projeções de inflação em relação à meta”, salientou o presidente do BC.
Já o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nessa sexta-feira que o centro da meta, de 4,5%, só será atingido em 2017. Para 2016, o ministro disse que as expectativas convergem para entre 5% e 5,5%. Na estimativa do BC, a inflação, medida pelo IPCA, deve ficar em 9% este ano. Para 2016, a previsão é que a inflação recue e encerre o ano em 4,8%.
No início do ano, as medianas das expectativas para inflação de 2017 a 2019 se encontravam muito acima do nível de 4,5% ao ano. Atualmente, verifica-se convergência das expectativas para o centro da meta em um intervalo de médio e longo prazo.
Segundo Tombini, o processo de recuperação fiscal no Brasil ocorre em velocidade inferior àquela inicialmente prevista. No entanto, destacou que a direção permanece a mesma. De acordo com ele, a agenda fiscal “tem enfrentado desafios” e a geração de superávits primários, que fortaleçam o balanço do setor público, é fundamental para o crescimento sustentado.
Para o presidente do BC, o conjunto de medidas que passa por redução de subsídios, ajuste de tarifas e aumento de impostos regulatórios é necessária para fortalecer os fundamentos da economia. Mas, para a construção de um futuro mais próspero, o país tem de enfrentar gargalos de produtividade e aumento da oferta. (AG)