Quinta-feira, 10 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 6 de junho de 2022
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, enfrentou nesta segunda-feira (6) uma votação do parlamento que poderia ter retirado ele do cargo.
O parlamento britânico votou, entre 18h e 20h (de 14h a 16h no horário de Brasília), a chamada moção de desconfiança. A moção é uma consulta se os deputados confiam que o primeiro-ministro tem capacidade para permanecer liderando o governo.
Com 148 votos pedindo sua saída e 211 a favor dele, Johnson permanece como primeiro-ministro e não pode sofrer nova moção pelos próximos 12 meses.
O primeiro-ministro britânico foi contestado no cargo após escândalo envolvendo festas em gabinetes do governo que quebraram regras de lockdown da pandemia da covid na Inglaterra. O caso ficou conhecido como “Partygate”.
Segundo as regras do governo britânico, o Partido Conservador, o mesmo do primeiro-ministro, precisa que 15% dos seus parlamentares apresentem uma carta com o pedido, ainda que de forma secreta. Graham Brady, funcionário do partido, informou que 54 dos 359 deputados fizeram o pedido, o que ativou a votação.
Para permanecer no cargo são necessários 180 votos, o que representa a maioria simples (50% + 1 voto). A votação é secreta.
Quando não alcança a maioria dos votos, o partido declara que não tem confiança no primeiro-ministro e é preciso escolher outro representante.
Conhecido como “Partygate” – em referência ao caso Watergate que derrubou o presidente americano Richard Nixon em 1974 –, o escândalo enfureceu os britânicos a tal ponto que apenas 27% defendiam a permanência do premiê no cargo.
Principal assessor de Johnson, Martin Reynolds mandou em maio de 2020 um e-mail para 100 funcionários de Downing Street, convidando-os a aproveitar o clima bom em uma reunião no jardim da residência oficial do governo. Na época, as visitas eram proibidas e a maior aglomeração limitava-se a duas pessoas ao ar livre, ainda que a uma distância de dois metros.