Domingo, 06 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 17 de agosto de 2020
Palocci cumpre regime aberto e usa tornozeleira eletrônica.
Foto: Arquivo/Agência BrasilA PF (Polícia Federal) concluiu não haver provas em trecho da delação premiada do ex-ministro Antônio Palocci em que ele citou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Banco BTG Pactual. No relatório da PF de São Paulo, o delegado federal Marcelo Feres Daher diz que os fatos delatados por Palocci foram desmentidos por todas as testemunhas, declarantes e outros colaboradores da Justiça. O relatório final da corporação, de 11 de agosto, foi divulgado pelo site Consultor Jurídico no domingo (16). De acordo com o delegado, os colaboradores que desmentiram o ex-ministro “aparentemente não teriam prejuízo algum em confirmarem a narrativa de Palocci caso entendessem ser verdadeira”.
Segundo o relatório final da Polícia Federal sobre o caso, os fatos narrados por Palocci foram desmentidos por todas as testemunhas e declarantes, inclusive por outros colaboradores da Justiça, que, segundo a própria PF, não teriam prejuízo algum em confirmar a narrativa de Palocci, caso a entendessem como verdadeira.
O próprio procedimento aberto pela Comissão de Valores Mobiliários para apurar o caso tampouco concluiu pelo uso de informação privilegiada.
O relatório da PF afirma que as assertivas de Palocci, ao que tudo indica, foram retiradas de pesquisas na internet e não acrescentam elementos novos — apenas notícias de jornais. Notícias que não teriam sido confirmadas pelas provas produzidas. A delação de Palocci foi fechada em 2018 e tem 34 anexos.
Na delação, Palocci relatou que o banqueiro André Esteves movimentou no BTG, em nome de terceiros, valores recebidos por Lula em crimes de corrupção e caixa 2, para em troca, receber informações privilegiadas do governo sobre a mudança da taxa Selic, que permitiu que ele tivesse lucro e que usasse parte desses recursos para fazer doações para a campanha do PT em 2014. Esse relato levou à abertura de um inquérito em São Paulo.
O delegado explica que notícias jornalísticas foram suficientes para iniciar o inquérito policial, mas “parecem que não foram corroboradas pelas provas produzidas”. Portanto, não será dada continuidade ao procedimento penal, concluiu o delegado da PF.
O MPF (Ministério Público Federal) já recebeu o relatório final da PF e vai analisar, podendo pedir o arquivamento, solicitar novas diligências ou oferecer denúncia à Justiça.