Segunda-feira, 14 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 28 de outubro de 2022
A PNAD de setembro mostra que o rendimento real habitual cresceu, pela primeira vez desde junho de 2020, tanto na comparação trimestral (3,7% ou R$ 97 a mais) quanto na anual (2,5% ou R$ 67 a mais), chegando a R$ 2.737. Em termos nominais, o ganho do ano foi 11,3%, o que corresponde R$ 277 a mais, afirma Adriana Beringuy, coordenadora da Pnad.
Rodolpho Tobler, do Ibre/FGV, aponta dois motivos para este aumento: crescimento do emprego formal e desaceleração da inflação (dois meses com deflação). No entanto, a renda média real ainda não recuperou a perda causada pela pandemia. Em fevereiro de 2020, era R$ 2.824 contra os R$ 2.737, registrados em setembro, uma queda de 1,9%. Já a massa salarial, soma de todos rendimentos, cresceu 10% na comparação anual.
Para Tobler, a expectativa dos próximos meses para a taxa de desemprego é de desaceleração, com crescimento mais tímido, perto da estabilidade.
Para o banco Original, que projeta 8% de desemprego no final do ano, o número dessazonalizado mostra uma uma desaceleração da atividade em setembro.
“Essa divulgação é interessante justamente porque mostra, em termos dessazonalizados, que tanto a Força de Trabalho quanto a População Ocupada recuaram (-0,19% e -0,16%, respectivamente), corroborando com nossas análises de desaceleração da atividade em setembro. Essa variação negativa da PO não ocorre desde agosto de 2020”, explica Eduardo Vilarim, economista do banco Original.
Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter, considera que a menor taxa de desemprego hoje deve contribuir para uma desaceleração da economia menor em 2023, mesmo com a política monetária mais restritiva, dando suporte ao nível de consumo das famílias.
“A evolução do mercado de trabalho reflete um crescimento melhor que o esperado da economia, liderado pelos setores de serviços.”
Como divulgado pelo blog na semana passada, a taxa de desemprego ficou em 8,7% no trimestre terminado em setembro, redução em comparação ao trimestre anterior, de 8,9%. Para Adriana Beringuy, coordenadora da Pnad, o resultado é da recomposição em função da queda acentuada que ocorreu no período da pandemia. Ela lembra que, a recuperação não é uniforme, há atividades que arrancaram primeiro, como a construção, TI. Posteriormente, a indústria começa a reagir. Com a reabertura, o setor de serviços e os comércios se recuperam.
Chama atenção também que a taxa total do contingente de informais sobre a população ocupada é de queda. Isto porque a ocupação total cresceu mais do que a ocupação informal.
“Esse trimestre, a expansão da ocupação veio da formalidade. Por isso, a taxa tem um movimento de queda”, afirma ela.
A taxa de informalidade foi 39,4% da população ocupada, contra 40,0% no trimestre anterior e 40,6% no mesmo trimestre de 2021. O número de trabalhadores informais chegou a 39,1 milhões.