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Mundo Rússia já enfrenta dificuldades para exportar petróleo

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O Delta Sailor, teve o frete fixado na Escala Mundial 300 para fazer o carregamento nos portos russos de petróleo. (Foto: Reprodução)

Os maiores compradores do petróleo russo já enfrentaram dificuldades ontem para obter garantias nos bancos ocidentais ou encontrar navios para transportar o petróleo de um dos maiores produtores do mundo. Pelo menos três grandes compradores não conseguiram cartas de crédito de bancos ocidentais para cobrir compras nesta quinta-feira, segundo quatro fontes da área comercial, que citaram a incerteza do mercado depois da invasão russa.

A Rússia produz um em cada dez barris de petróleo do mundo e os preços saltaram para mais de US$ 105 por barril durante o pregão, seu nível mais alto desde 2014, por causa dos temores de interrupções no fornecimento. No Mar Negro, um navio de propriedade turca foi atingido por uma bomba na costa da cidade portuária de Odessa, na Ucrânia. Depois disso, as empresas de navegação decidiram evitar escalas nos portos do Mar Negro.

A Grécia soltou uma recomendação urgente para que todos os navios gregos deixem imediatamente as águas territoriais da Ucrânia e da Rússia no Mar Negro, segundo informaram corretores de navios e um alto funcionário do Ministério da Marinha Mercante da Grécia.

O mercado de petróleo já sofria com a escassez de oferta por causa dos muitos anos de baixo investimento e da demanda crescente, à medida que as restrições relacionadas à pandemia diminuem em todo o mundo. “Os bancos não estão dispostos a dar cartas de crédito no momento, então existe um certo impasse”, disse uma das fontes. Ela pediu para não ser identificada, dada a delicadeza do assunto.

Cartas de crédito do banco de um comprador são uma prática comum na negociação de commodities e garantem ao banco do vendedor que o pagamento será feito integralmente e dentro do prazo. Entre os maiores compradores do petróleo russo estão grandes empresas petrolíferas ocidentais, como BP, Shell, ENI, TotalEnergies, Equinor, Chevron e Exxon Mobil, e empresas de importação e exportação de commodities como Vitol, Glencore, Trafigura, Gunvor e Mercuria.

As fontes não revelaram que bancos se recusaram a emitir cartas de crédito. O Ocidente prometeu aplicar duras sanções contra a Rússia por causa da invasão, e uma delas pode ser a exclusão da Rússia do sistema de transações financeiras SWIFT. Mas isso também teria implicações graves para a economia ocidental, já que poderia prejudicar as exportações de commodities muito necessárias em meio à inflação galopante. A Rússia exporta entre 4 milhões e 5 milhões de barris de petróleo bruto por dia e outros 2 milhões a 3 milhões de barris de produtos refinados por dia. A China, a União Europeia, a Coreia do Sul, a Índia e o Japão são seus principais compradores.

Alguns operadores falaram de uma síndrome iraniana, ao lembrar quando as principais instituições ocidentais decidiram agir de forma moderada e cautelosa antes mesmo da imposição das sanções, por temer a possibilidade de que transações violassem regulamentações futuras. “Analisamos todas as transações caso a caso. Mas não há um critério inflexível”, disse um alto executivo de um grande banco europeu, ao apontar que há uma desaceleração nas transações de petróleo e commodities russos.

A maioria dos principais bancos ocidentais está ativa no financiamento de compras de petróleo e commodities e na emissão de cartas de crédito. Ainda não se sabe até que ponto a falta dessas cartas de crédito pode prejudicar as exportações russas, e alguns operadores disseram que pode levar vários dias, pelo menos, até que as empresas e os bancos se entendam com o novo quadro jurídico.

Enquanto isso, as taxas de embarque para carregar produtos em portos russos e descarregá-los no norte da Europa triplicaram em um dia – subiram da Escala Mundial 100 para a Escala Mundial 300, ou cerca de US$ 2,3 milhões por navio -, pois muitos armadores se recusam a fazer paradas em portos russos. “Cerca de 90% dos armadores nos disseram que vão parar e avaliar a situação”, contou um corretor de navios. “Um deles já nos avisou que não trabalhará com seus equivalentes russos.”

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https://www.osul.com.br/russia-ja-enfrenta-dificuldades-para-exportar-seu-oleo/ Rússia já enfrenta dificuldades para exportar petróleo 2022-02-25
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