Quarta-feira, 16 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 14 de setembro de 2020
A isenção da tarifa de importação para 400 mil toneladas de arroz, para países de fora do Mercosul, deve conter a disparada de preços do grão no País, segundo especialistas. A medida do governo federal foi anunciada na semana passada, diante de um cenário de alta de 19,2% do alimento ao consumidor.
“A isenção da tarifa não vai fazer o preço cair para o consumidor, mas vai servir para conter o avanço dos preços, diz Mário Pegorer, diretor da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz).
Os preços que estão sendo praticados na origem, ou seja, na compra do arroz em casca, ainda não chegaram no consumidor final. Então o preço que nós estamos vendo hoje na gôndola ainda vai sofrer alguns reajustes. Nós vamos ver preços ao redor de R$ 35, R$ 45 o pacote”, afirma.
Alguns dos fatores que explicam a disparada de preços são o aumento do consumo interno devido à pandemia e ao auxílio emergencial; valorização do dólar em relação ao real; redução da disponibilidade do grão que abastecia o País, e queda na produção da Ásia, o que elevou a cotação do grão no mercado internacional.
Opções
A mistura de arroz com feijão está na boca do povo brasileiro e não é por causa do sabor, mas por conta do aumento dos preços nas prateleiras dos mercados. Para substituir essa combinação tão nutritiva, que faz parte da cultura do Brasil, e aliviar o bolso, é preciso ter atenção.
O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Sanzovo Neto, por exemplo, defendeu a substituição do consumo de arroz por macarrão. De acordo com Ana Carolina Freitas, nutricionista do grupo Iron, a troca é possível, pois os dois são fontes de carboidrato.
A combinação do arroz com o feijão é uma rica fonte de aminoácidos essenciais, aqueles que o nosso corpo não produz, mas usa como base para a formação das proteínas. No entanto, se o prato estiver bem equilibrado, com uma porção de proteína animal e salada composta por verduras e legumes, trocar o arroz por outro tipo de carboidrato não trará prejuízo nutricional, pois os aminoácidos essenciais também estão na carne, no frango, no peixe e no ovo.
“É importante que as pessoas fiquem atentas nas substituições e troquem sempre o arroz e o feijão por alimentos que façam parte do mesmo grupo alimentar. Ou seja, fonte de energia e de proteínas, respectivamente. A quantidade também deve ser semelhante. Se você come 100g de arroz no almoço, pode trocar, por exemplo, por 100g de batata-doce”, aconselha a nutricionista Izabela Freitas.
Substituições bem planejadas ajudam a manter o corpo nutrido e com a quantidade de alimento suficiente para desempenhar as tarefas diárias. Enquanto o arroz é mais fácil de substituir por outros alimentos com a mesma capacidade de oferecer energia, o feijão já enfrenta uma barreira a mais: o preço dos outros produtos.
“O feijão seria facilmente substituído pode lentilha, ervilha, grão-de-bico, mas, infelizmente, são produtos mais caros. Então, sugiro que seja feita uma boa pesquisa de mercado para comparar e tentar encontrar o melhor preço antes de comprar. Normalmente, os supermercados maiores conseguem um preço melhor”, orienta a nutricionista Ana Carolina.