Sexta-feira, 25 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 24 de julho de 2025
O ministro ainda afirmou que, apesar das dificuldades, o governo não vai sair da mesa de negociações
Foto: Diogo Zacarias/MFO ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, nessa quinta-feira (24), que a família do ex-presidente Jair Bolsonaro está atrapalhando o governo na tentativa de negociar o tarifaço com os Estados Unidos. “Quem está obstruindo esse canal de negociação é a família Bolsonaro e os seus apoiadores. Vocês brasileiros que pensam que estão fazendo bem pelo Brasil, estão fazendo bem para uma família. Vocês perderam uma eleição. Saiam do caminho, deixem o governo negociar”, disse em entrevista à Itatiaia.
Haddad ainda afirmou que, governadores de direita que apoiam Trump, deveriam se “mobilizar” junto a Bolsonaro para que deputado federal licenciado, Eduardo Bolsonaro, pare de “atrapalhar” o Brasil nas negociações.
“Vários governadores no Brasil têm vínculos com a extrema direita, celebraram a eleição do Trump, botaram o boné do Trump. Tá tudo bem, cada um faz o que quer. Isso aqui é uma democracia. Mas essas pessoas deviam se mobilizar junto ao Bolsonaro, para que o Paulo Figueiredo, o Eduardo Bolsonaro parem de militar contra o Brasil, contra as negociações”, afirmou.
Segundo o ministro, a atuação de figuras bolsonaristas tem prejudicado diretamente as tentativas do governo Lula de reabrir o diálogo com os Estados Unidos. Para ele, a solução do impasse depende da retomada das conversas diplomáticas.
“Acredito que, se os governadores buscarem a interlocução e sensibilizarem esses personagens para desimpedir as negociações, tudo isso acaba muito rapidamente. O presidente Lula é um craque em negociação. O Itamaraty, o vice-presidente Alckmin, são pessoas absolutamente sensatas”, declarou.
O ministro ainda afirmou que, apesar das dificuldades, o governo não vai sair da mesa de negociações.
“Se imperar a racionalidade, vamos conseguir fazer uma negociação entre povos irmãos”, concluiu Haddad.
O ministro da Fazenda afirmou ainda que o plano de contingência do governo federal para lidar com a tarifa de 50% anunciada por Donald Trump tem medidas “em todos os sentidos”, inclusive uma linha de crédito para os empresários mais afetados.
“O cardápio está pronto. Tem propostas em todos os sentidos, inclusive de linha de crédito, mas não posso antecipar a decisão que não foi tomada ainda. É um protocolo, de respeitar a decisão do presidente”, disse Haddad.
Segundo o ministro, as medidas serão apresentadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a partir da próxima segunda-feira (28). O plano foi finalizado pelos técnicos do governo na última quarta-feira (23).
Conforme Haddad, caso a tarifa entre em vigor, mais de 10 mil empresas brasileiras podem ser afetadas. O ministro afirmou, no entanto, que os consumidores americanos também podem ser impactados.
“Americanos também podem ser afetados, suco de laranja, café e hambúrguer podem ficar mais caros”, disse o ministro.