Sábado, 05 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 11 de janeiro de 2021
Após oito meses de queda, as taxas de juros das operações de crédito para pessoas físicas voltaram a subir em dezembro de 2020, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac).
Todas as seis linhas de crédito para pessoas físicas pesquisadas aumentaram as taxas de juros no mês (cartão de crédito, cheque especial, juros do comércio, financiamento de veículos, empréstimo pessoal em bancos e financeiras).
Para Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo de estudos e pesquisas da Anefac, entre os fatores que contribuíram para a alta estão: Aumento dos juros futuros; Expectativa de novas elevações da taxa básica de juros frente a uma inflação maior; e Expectativas com a provável elevação dos índices de inadimplência por conta do fim das carências nos empréstimos (pausas e carência nas negociações de dívidas), desemprego elevado, fim do pagamento do Auxílio Emergencial, elevação da inflação e seus efeitos na renda e maior seletividade dos bancos na concessão de crédito.
Veja abaixo como ficaram as taxas:
– Pessoa física: A taxa de juros média para pessoa física apresentou elevação de 0,91% no mês (1,20% em 12 meses), passando de 5,51% ao mês (90,34% ao ano) em novembro para 5,56% ao mês (91,42% ao ano) em dezembro – maior taxa de juros desde agosto de 2020 (5,59% ao mês – 92,08% ao ano).
– Cartão de crédito: Houve alta de 0,91%, passando de 10,97% ao mês (248,71% ao ano) em novembro para 11,07% ao mês (252,50% ao ano) em dezembro – maior taxa desde agosto (11,09% ao mês – 253,26% ao ano).
– Cheque Especial: Houve uma elevação de 0,86%, passando de 6,96% ao mês (124,21% ao ano) em novembro para 7,02% ao mês (125,72% ao ano) em dezembro – maior taxa desde agosto (7,03% ao mês – 125,98% ao ano).
– Empréstimo pessoal – bancos: Houve uma elevação de 0,64%, passando de 3,10% ao mês (44,25% ao ano) em novembro para 3,14% ao mês (44,92% ao ano) em dezembro – maior taxa desde agosto (3,16% ao mês – 45,26% ao ano).
– Empréstimo pessoal – financeiras: Houve uma elevação de 0,49% passando de 6,14% ao mês (104,43% ao ano) em novembro para 6,17% ao mês (105,13% ao ano) em dezembro – maior taxa desde setembro (6,18% ao mês – 105,36% ao ano).
– Juros do comércio: Houve uma elevação de 0,43%, passando de 4,62% ao mês (71,94% ao ano) em novembro para 4,64% ao mês (72,33% ao ano) em dezembro – maior taxa desde setembro (4,66% ao mês – 72,73% ao ano).
– Crédito direto ao consumidor – financiamento de automóveis: Houve uma elevação de 2,33%, passando de 1,29% ao mês (16,63% ao ano) em novembro para 1,32% ao mês (17,04% ao ano) em dezembro – maior taxa desde setembro (1,34% ao mês – 17,32 ao ano).
– Pessoa jurídica: Houve uma elevação de 1,41%, passando de 2,83% ao mês (39,78% ao ano) em novembro para 2,87% ao mês (40,43% ao ano) em dezembro – maior taxa desde setembro (2,89% ao mês – 40,76% ao ano).
– Taxa de juros x Selic: Considerando a variação da taxa básica de juros (Selic) de março de 2013 a dezembro de 2020, houve uma redução de 5,50 pontos percentuais (ou 72,41%), de 7,25% para 2% ao ano em outubro. Neste período, segundo a Anefac, a taxa de juros média para pessoa física apresentou elevação de 3,45 pontos percentuais (ou 3,92%), de 87,97% ao ano em março de 2013 para 91,42% ao ano em dezembro de 2020.
Nas operações de crédito para pessoa jurídica, houve uma redução de 3,15 pontos percentuais (ou 7,23%), de 43,58% ao ano em março de 2013 para 40,43% ao ano em dezembro de 2020.
Tendo em vista a piora do cenário econômico com maior risco de crédito e da elevação da inadimplência, a tendência, para Oliveira, é que as taxas de juros possam ser elevadas nos próximos meses. Entretanto, algumas ações do Banco Central podem amenizar as altas como redução de impostos, compulsórios e reduções da taxa básica de juros. As informações são do portal de notícias G1.