Terça-feira, 05 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 27 de fevereiro de 2022
Os pais do professor de engenharia da UNB Maksym Ziberov, de 31 anos, foram surpreendidos na madrugada de quinta-feira com os ataques russos à Ucrânia. Moradores de Kiev, Leonid, de 56, e Galyna, de 51, decidiram deixar a cidade quando descobriram que um drone havia caído a poucos metros do prédio em que residiam. Com os pais presos em meio a guerra, Maksym iniciou uma vaquinha online para arrecadar dinheiro que o ajude a bancar a retirada de seus familiares, bem com dos de outros ucranianos, do país natal.
Ele conta manter contato com outras seis famílias de ucranianos no Brasil que passam por situação semelhante:
“Fiz essa vaquinha para retirar familiares e amigos de lá. O que sobrar envio para o governo ucraniano. Não consigo ajudar com armas, não consigo nem ir para lá. Se eu tivesse como ir eu ia”, conta o ucraniano, que se mudou para o Brasil em 2011 para cursar o mestrado e desde então mora no país.
Os pais de Maksym deixaram Kiev e foram para cidade de Hostomel, nos arredores da capital ucraniana. Hospedados na casa de amigos, eles acabaram por ficar mais isolados, após o exército ucraniano ter destruído pontes da região para dificultar a entrada de tropas russas em Kiev, segundo o professor.
Neste domingo, um bombardeio russo destruiu o maior avião cargueiro do mundo o Antonov-225 Mriya, que estava no aeroporto de Hostomel, apenas três quilômetros de distância do ponto em que os pais de Maksym estão hospedados.
A situação torna difícil para o professor traçar um plano nesse momento para retirar os familiares do país: “Meu planejamento é manter eles vivos. Quero levá-los para qualquer país da Europa e depois trazê-los para o Brasil.”
80 brasileiros
O Ministério das Relações Exteriores informou neste domingo (27), em nota, que 80 brasileiros já deixaram a Ucrânia e foram para países fronteiriços. Ainda, segundo o Itamaraty, cerca de 100 brasileiros registrados na embaixada do Brasil em Kiev ainda estão em solo ucraniano.
A Rússia iniciou na quinta-feira (24) uma invasão à Ucrânia. O conflito é considerado a maior ofensiva militar registrada na Europa desde o final da Segunda Guerra Mundial. Em razão do ataque russo, centenas de brasileiros tentam fugir do país.
Antes da guerra, a comunidade brasileira na Ucrânia era estimada em 500 pessoas. Na sexta-feira (25) um trem partiu da capital, Kiev, com brasileiros residentes no país com destino à cidade de Chernivtsi, no oeste da Ucrânia.
O Itamaraty também informou que a Embaixada do Brasil em Kiev está prestando assistência a todos os brasileiros residentes na Ucrânia e há funcionários da embaixada brasileira em Chernivtsi, na fronteira da Ucrânia com a Romênia.
Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, em uma rede social, que um grupo de 39 pessoas (37 brasileiros e 2 uruguaios) chegou neste domingo (27) à embaixada do Brasil na Romênia.
O Ministério das Relações Exteriores disse ainda que a Embaixada em Varsóvia está prestando assistência aos brasileiros que estão próximos a Lviv.
O Itamaraty informou também que aguarda a manifestação daqueles que desejarem retornar ao Brasil e que foram disponibilizadas duas aeronaves da Força Aérea Brasileira com essa finalidade. As informações são do jornal Extra e do portal de notícias G1.