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Esporte Ultramaratona: saiba quem é o brasileiro morto em prova de 280 quilômetros na França

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Yamanaka morava no interior de São Paulo, mas já esteve em diversos lugares do mundo para disputa de competições. (Foto: Reprodução)

O brasileiro Orlando Tsuyoshi Yamanaka, de 59 anos, morreu na noite da última segunda-feira (22) após sofrer um acidente durante uma das provas da “Ultra-Trail du Mont-Blanc” (UTMB), ultramaratona feita em uma região montanhosa da França, próximo à fronteira com a Itália e a Suíça. De acordo com a organizadora do evento, o corpo de Yamanaka seguirá mais alguns dias no país, para que as causas da morte do brasileiro sejam apuradas.

A morte dele teria ocorrido na cidade francesa de Les Contamines, no lado sudoeste do maciço do Mont Blanc. O fato aconteceu pouco antes de 1h30min de terça-feira no horário local (20h30min de segunda-feira em Brasília), quando ele “estava com sua equipe, na rota oficial localizada entre ‘Col du Tricot’ e o Refúgio de ‘Plan Glacier’”, segundo nota da organizadora do evento.

Além da prática, segundo os amigos, uma das marcas de Yamanaka era o profundo conhecimento da modalidade, ainda pouco divulgada no Brasil. Mesmo não atuando profissionalmente – era empresário na cidade de Avaré, no interior de São Paulo –, ele era um dos principais incentivadores do esporte no país.

“Ele era uma verdadeira enciclopédia do esporte. Um cara que ajudava muito a comunidade da ultramaratona. […] E [a perda de Yamanaka] foi um susto, de repente. Acordei com diversas mensagens, porque, para o esporte, é como se estivesse tendo uma Copa do Mundo, e essa prova que ele estava fazendo era a mais extensa. […] Primeiro chegou a informação de que um brasileiro havia morrido. E, como só havia dois brasileiros nessa prova, não demorou muito para descobrir que era o Orlando”, conta o treinador de corrida de montanha Cristiano Fetter, amigo de Yamanaka, destacando que ele, possivelmente, teria escorregado em um trecho do percurso.

As pessoas que estavam com o brasileiro no trajeto prestaram depoimento à polícia local para contar as circunstâncias da morte. Cristiano conta que Yamanaka era muito experiente, já tendo feito provas mais difíceis em outros lugares do mundo.

Amigo dele há 14 anos, Sidney Togumi diz que chegou a treinar Yamanaka, após conhecê-lo justamente participando de provas da modalidade. Ele descreve o companheiro de trilha como um entusiasta da corrida de montanha.

Togumi afirma que a prova na qual Yamanaka morreu também tem um alto nível de dificuldade, por conta do trajeto longo – cerca de 280 quilômetros –, do clima e do terreno acidentado, aumentando os riscos desta prova. Segundo a organizadora da competição, em contato com a família de Yamanaka, ele estava participando da prova em dupla com outra competidora – o que é comum, por conta do alto nível de exigência física.

“A prova é muito longa. Eu participei dela em 2014, e são muitos dias. Tudo indica que houve um acidente, mas ainda sem indícios do que houve de fato. E é uma ultramaratona, subindo e descendo montanha, exigindo muita autonomia dos atletas, na parte de logística, vestuário, alimentação. E ele tinha muita experiência, em muitas competições”, relembra Togumi.

Ao todo, o percurso que Yamanaka percorreu tem 30 kms de inclinação total (soma das subidas do trajeto), o que dificulta ainda mais a corrida. Segundo os amigos, ele tinha vasta experiência, justamente por já ter participado de diversas provas, em diferentes terrenos e condições externas.

“Essa é uma prova muito famosa. É a mais longa desse tipo de trilha, a mais organizada, a que gera mais repercussão, que mais atletas de elite querem disputar. E ele era um cara muito dedicado, principalmente tendo visto ele enquanto meu aluno, e ajudava muito as pessoas com as quais compartilhava essa paixão pelo esporte. Dava apoio, divulgava os eventos, ajudava até financeiramente. Tudo isso sendo muito discreto, com todo mérito esportivo que tinha para a modalidade”, destacou Cristiano, concluindo que era nas trilhas que Yamanaka se “sentia vivo de verdade”.

Ele havia deixado de treinar com Cristiano a partir do início da pandemia. Em março deste ano, na última conversa entre os dois, Yamanaka contou que pretendia voltar aos treinos com o professor, para fazer os exercícios adequados para as competições que pretendia disputar.

“Obviamente, ninguém está esperando partir, ainda mais em um acidente como esse. Mas, se pudesse escolher, qualquer um gostaria de deixar a vida fazendo aquilo que te faz sentir vivo de verdade. E eu acho que, por mais que, provavelmente, tenha sido um acidente, ao menos ele nos deixou de uma forma poética, fazendo aquilo que tanto gostava”, conclui. As informações são do jornal O Globo.

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