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Ali Klemt Velho Oeste Brasil

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(Foto: Reprodução)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Eu sei, eu sei… eu também estou cansada de ouvir sobre o INSS, mas é um dos fatos mais importantes do nosso país nos últimos tempos. Discussões políticas à parte, ideologias deixadas de lado…vamos falar sério? Sério mesmo, como adultos que debatem e argumentam? Porque não estamos lidando aqui com partidários, mas com gente de todas as raças, gêneros, idades e partidos políticos. Brasileiros. E se você não é pensionista, pode ter sido seu pai, sua mãe, sua avó. A probabilidade de alguém das duas relações ter sido lesado é enorme. Pensando bem, nós fomos lesados também. Porque o meu e o seu imposto é pago para custear, dentre tantas outras coisas, a seguridade no país. Por que? Porque, supostamente, é uma forma de, quando você não puder mais trabalhar, ter algum retorno do tanto que você contribuiu durante sua vida “útil”.

Claro que já estamos “carecas” de saber que a contribuição para o INSS é um investimento totalmente defasado em relação às demais opções do mercado – mas, gente, as pessoas mal sabem conceitos básicos do nosso estado, vão saber de educação financeira? Claro que não! E nem se pode esperar isso da grande massa da população, que enfrenta 3 horas diárias para se transportar de suas casas nos subúrbios, a fim de encarar jornadas duras, todo-santo-dia, em troca de um salário mínimo que mal paga uma cesta básica…Quem precisa sobreviver tem questões mais imediatas a enfrentar – e tampouco sobra dinheiro para investir. Então, bem, a única certeza que se tem é que, depois de décadas “ralando”, a sua hora de “aproveitar a vida” chegará: você terá direito a uma aposentadoria para gastar com remédios, ou para subsidiar a sua manutenção na casa de algum familiar. Porque a aposentadoria de quem não tem grana, senhores, não é gloriosa.

Não é gloriosa, mas, na imaginação coletiva, ao menos existiria, né? Alguns reais garantidos na última etapa da vida. Mas e não é que até isso roubaram do povo brasileiro? Roubaram até a nossa esperança de um futuro decente! É muita maldade!

Vamos aos fatos. Até o momento, as investigações sobre a fraude no INSS indicam que, entre 2019 e 2024, mais de R$ 6,3 bilhões foram desviados de aposentados e pensionistas por meio de descontos ilegais em seus benefícios. A Polícia Federal estima que aproximadamente 4,1 milhões de beneficiários possam ter sido afetados por esses descontos não autorizados. A fraude envolveu entidades sindicais e associações de fachada que utilizavam documentos falsificados para validar os descontos. A operação policial que investigou o caso, denominada Sem Desconto, resultou em prisões e no bloqueio de bens. Além disso, o caso gerou uma série de queixas por parte dos beneficiários, que começaram a perceber os descontos irregulares a partir de 2016, com um pico de reclamações entre 2023 e 2024.

Foram realizadas auditorias em 29 entidades que tinham Acordos de Cooperação Técnica com o INSS. De janeiro de 2023 a maio de 2024, o INSS recebeu 1 milhão – UM MILHÃO!!!! – de reclamações acerca de descontos indevidos, motivando o cancelamento dos descontos autodeclarados como não autorizados. Era o óbvio ululante escancarando não só o crime organizado – isso é um crime organizado, né? – como a inoperância do sistema.

Então, vamos lá: a fraude parece ter iniciado em 2016 (lá no governo Dilma), adentrou o governo Bolsonaro e seguiu pelo governo Lula III. No mínimo. É uma fraude estruturada e enraizada. De tão implantada, de certo achavam que jamais seriam descobertos. E, sim, é claro que teve um forte envolvimento político, com investigações que apontaram membros do governo e de sindicatos associados ao esquema. Entre os envolvidos – e agora é que a coisa começa a ficar feia – estava José Ferreira da Silva, irmão do presidente Lula (sim, é isso mesmo) e o então ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. O Ministro já pediu demissão após ser acusado de negligenciar os alertas sobre as irregularidades. Grande coisa. Em breve, ninguém lembra. Em 2011, durante o governo Dilma, ele deixou o cargo de ministro do Trabalho e Emprego após denúncias de favorecimento de ONGs e uso de jatinhos particulares ligados a essas organizações. Afffffff! Aí, uma década depois, ele volta aos Ministérios – para o da Previdência! E ninguém reclama. Ninguém dá bola. E assim segue o nosso Brasil sendo palco de uma roubalheira sistematizada e infinita.

As investigações e ações judiciais em andamento buscam ressarcir os aposentados afetados, com alguns já recebendo valores retroativos. Felizmente, temos pessoas de boa índole e que carregam o seu propósito na execução de seu trabalho. E essa é a hora de louvar os concursados do funcionalismo público, aqueles que ralaram anos para serem aprovados em carreiras das quais não podem ser demitidos por pressão política. E essa é a verdadeira razão pela qual esse instituto existe no Brasil: a impossibilidade de se afastar aqueles que trabalham em órgãos públicos e que entram no caminho dos criminosos que atuam nesse setor.

Por enquanto, né? Temos visto tantas leis serem rasgadas por você-sabe-quem (alguém pensou no STF?), que sabe-se lá se até isso não vão mudar. E é por isso que o funcionalismo público, os concursados de carreira devem ficar atentos e se unirem, proteger a sua instituição. Vocês ainda nos mantêm a esperança de que o trabalho está sendo feito, com lisura e conforme a lei. Aplausos a todos os envolvidos.

E aos criminosos… em breve, prisão domiciliar em seu apê de 600m2 com vista para o mar, na pior das hipóteses. Vale a pena já comprar um imóvel ali no condomínio do Sergio Cabral e do Collor – a turma ali parece que não sai de casa.

Enquanto isso, milhares (senão milhões!) de brasileiros morreram com menos reais nas contas graças aos – esses sim – golpistas. O Brasil da malandragem virou o Brasil do crime contra velhinhos. Inclusive contra aqueles velhinhos ainda presos desde 08 de janeiro. Mas, bem, essa já é outra das crônicas do “Brasil sem lei”…

Instagram: @ali.klemt

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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