Quinta-feira, 28 de março de 2024
Por Redação O Sul | 9 de agosto de 2019
Após fazer críticas à cobertura da imprensa, o presidente Jair Bolsonaro prometeu divulgar aos veículos de comunicação seus gastos pessoais com o cartão corporativo da Presidência da República.
Em live semanal nas redes sociais, ele disse que levará um grupo de jornalistas a um caixa eletrônico para que tenham acesso ao seu extrato bancário de janeiro a julho deste ano.
“Eu vou abrir o sigilo do meu cartão para vocês tomarem conhecimento de quanto gastei de janeiro até o final de julho. Ok, imprensa? Vamos fazer uma matéria legal?”, declarou. Segundo ele, o objetivo é desmentir acusações de que teria gasto cerca de R$ 1 milhão por mês. Na transição de governo, a equipe do presidente chegou a cogitar a extinção do cartão, mas desistiu.
“Agora, gostaria que a imprensa fizesse uma materiazinha com meu gasto com cartão corporativo. Não vou falar quanto gastei, não, está desafiada a imprensa. Vou com vocês, na boca do caixa, digito a senha e vai aparecer todo meu gasto com cartão corporativo”, ressaltou.
Os cartões corporativos são usados no serviço público para despesas como compra de materiais, prestação de serviços e abastecimento de veículos oficiais, por exemplo. Os valores totais da gestão pública são abertos, mas há sigilo sobre despesas consideradas de segurança nacional, como a alimentação e o transporte do presidente.
Na transmissão online, Bolsonaro voltou a ironizar a imprensa ao citar a medida provisória que permite a empresas de capital aberto a publicação de balanços no site da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) ou do Diário Oficial, em vez de veículos impressos. Segundo ele, a iniciativa evita que se derrubem árvores no País.
“As projeções não precisas são que, por ano, os empresários vão deixar de gastar R$ 1,2 bilhão com jornais. Então, um lucro que vai ser comemorado com toda a mídia. A mídia é favorável e eu tenho certeza de que todos os jornais são favoráveis a essa medida. Ajudar a não desmatar mais para fazer o jornal”, disse.
Ele voltou a citar o jornal Valor Econômico, que, dedicado à cobertura econômica, recebe um volume maior de balanços das empresas. O veículo é controlado pelo Grupo Globo, que também publica o jornal O Globo.
“E eu tenho certeza de que o Valor Econômico não deve mais publicar balancetes. Ele vai buscar uma outra fonte para a receita aí, para o seu jornal”, disse. “O Valor Econômico é do Globo. Boa sorte aí para o Valor Econômico. Boa sorte para o jornal O Globo”, completou.