Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Flavio Pereira | 19 de outubro de 2019
Ao pedir que um militante esqueça o PSL, o presidente Jair Bolsonaro identificou pela voz das ruas — que ele ainda ouve — que o modus operandi da atual cúpula do partido estava queimando a imagem da sigla e dos militantes perante a opinião pública. Criou-se uma contradição entre o discurso de mudança com a prática da direção do PSL, que passou a repetir os hábitos e erros dos partidos tradicionais.
A cobiça pelos fundos partidário e eleitoral, eis a questão
O maior problema está no fato de que os dirigentes do PSL ainda se comportam como se fossem gestores um pequeno partido de aluguel, onde o único objetivo é gerir os recursos do fundo partidário e do fundo eleitoral. No caso do PSL, que tornou-se um grande partido graças a Jair Bolsonaro, as responsabilidades de ser governo tornaram-se mais importantes que a simples tarefa de gerir os recursos milionários, como fazem os demais partidos. Aí está o cerne da divisão entre os bolsonaristas e os mercenários dentro do PSL.
Fundo eleitoral cresceu de R$ 17,5 milhões para R$ 200 milhões
Na eleição do ano passado, o PSL recebeu cerca de R$ 17,5 milhões. Para o próxima campanha, em 2020, o partido receberá onze vezes esse valor: aproximadamente R$ 200 milhões — repassados pelo fundo eleitoral que distribui verbas aos partidos para gastos com campanhas políticas de acordo com critérios como o número de deputados na Câmara e no Senado e a proporção de votos obtidos pela sigla na última eleição. Além dos recursos destinados às campanhas eleitorais, o partido ainda deve receber R$ 68,4 milhões pelo fundo partidário. Estamos falando de R$ 268,4 milhões.
Bibo Nunes pode perder o mandato
Ontem, o PSL realizou convenção nacional, quando aprovou a suspensão da filiação do deputado federal Bibo Nunes. Caso ele não consiga reverter essa decisão, a perda de filiação é um dos casos previstos na lei para perda do mandato.
Governo Marchezan articula sua base
Para garantir um voto que tem faltado na Câmara de Porto Alegre desde que o suplente, delegado Claiton Freitas do PDT assumiu uma cadeira, o prefeito da capital gaúcha, Marchezan Junior, articula o retorno da vereadora Nádia Gerhard (MDB). A especulação mais recente é que a vereadora permanece no MDB até a janela de abril do ano que vem, quando se filiaria ao Republicanos para disputar a prefeitura de Porto Alegre.
Mourão cita Roosevelt
Ao receber ontem a Medalha do Mérito Farroupilha, da Assembleia Legislativa gaúcha, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, fez uma oportuna lembrança a uma frase do ex-presidente dos EUA Franklin Roosevelt, exaltando “as quatro liberdades” do cidadão: “a liberdade de expressão; a liberdade de religião; a liberdade de não sermos demandados, pressionados por ninguém; e a liberdade de sair às ruas em paz, em tranquilidade, e conviver pacificamente uns com os outros”.
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