Quarta-feira, 16 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 14 de julho de 2019
Com a recuperação da economia mais devagar do que o inicialmente esperado pelo governo, a equipe econômica cortou pela metade a projeção oficial para o crescimento econômico neste ano, dos 1,6% esperados em maio para 0,81% agora. O dado está próximo da estimativa do mercado financeiro. No último Boletim Focus, elaborado pelo BC (Banco Central), analistas previam uma alta de 0,82% no PIB (Produto Interno Bruto) este ano.
O governo também espera um crescimento menor no ano que vem, de 2,2%, ante previsão anterior de 2,2%. A projeção oficial para a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo) passou de 4,1% para 3,8%.
O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, reconheceu que a recuperação da economia brasileira “realmente está lenta” e culpou as decisões do Banco Central e do Ministério da Fazenda “equivocadas” adotadas nos últimos anos pelo baixo desempenho econômico.
“O problema fiscal está sendo endereçado pela reforma da Previdência. Precisamos também de reformas pró-mercado. Ou o Brasil adota reformas pró-mercado, que estimulem produção e emprego, ou continuaremos com crescimento em baixa”, acrescentou.
Sachsida negou que tenha havido erro nas projeções do atual governo, que tiveram que ser reduzidas tão dramaticamente em dois meses, e disse que as revisões ocorreram porque os erros econômicos cometidos antes de 2016 “estão ficando cada vez mais claros”.
Ele lembrou que, de 2010 a 2017, a produtividade da economia brasileira piorou, recuando em média 1,85% ao ano no período. Para mudar este cenário, o governo atuará, conforme o secretário, nos campos de abertura comercial, programas de concessões, racionalização de recursos, reforma tributária, combate à corrupção e choque de energia barata. “Não existe mágica. O equilíbrio fiscal e as reformas são o caminho”, defendeu.
Orçamento
Com o Orçamento espremido pelos gastos obrigatórios, como aposentadorias e salários, ele admitiu que o governo está estudando medidas para “racionalizar” regras fiscais, mas disse que não está sendo cogitado retirar os investimentos dos cálculos para cumprir essas normas. “Não existe absolutamente nada de retirar investimento dos gastos do governo. Investimento está no teto, no primário, na regra de ouro”, afirmou.
O secretário se referiu a três regras fiscais que o governo precisa cumprir: o teto de gastos impede que as despesas cresçam em ritmo superior à inflação; o resultado primário coloca uma meta para o fechamento das contas (neste ano, o rombo permitido é de até R$ 139 bilhões, sem contar os gastos com juros da dívida); já a regra de ouro proíbe ao governo se financiar para pagar gastos correntes.