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Por Redação O Sul | 30 de outubro de 2018
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanhou, no domingo (28), a apuração dos votos que elegeram Jair Bolsonaro (PSL) para a Presidência da República ao lado de um dos carcereiros da Superintendência da PF (Polícia Federal) em Curitiba (PR), onde o petista está preso, de acordo com informações divulgadas pela colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo.
Após o resultado do pleito, Lula disse que “perder faz parte”. Na segunda-feira (29), o ex-presidente recomendou que o PT espere baixar a poeira antes de definir sua estratégia política ante o governo de Bolsonaro. Além de dizer que o partido não precisa ter pressa na análise do cenário eleitoral, Lula declarou que, apesar da derrota, o desempenho do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad o credencia como líder de oposição ao futuro governo e pediu que o partido o apoie nessa tarefa.
O tesoureiro do PT, Emídio de Souza, foi o porta-voz desse recado de Lula ao partido. Após visitar o ex-presidente na carceragem da PF em Curitiba, Emídio se reuniu com integrantes da corrente CNB (Construindo um Novo Brasil), em São Paulo, e fez um relato aos presentes.
Segundo participantes, Lula ficou triste com a derrota para a Presidência, mas destacou que o partido saiu vitorioso, especialmente se comparado à performance a outros partidos tradicionais. Além da vitória no Nordeste, ele ressaltou o tamanho da bancada e o apoio suprapartidário recebido por Haddad.
O candidato derrotado no segundo turno escreveu uma mensagem em sua conta no Twitter na segunda-feira para desejar sucesso ao presidente eleito, que, mais tarde, agradeceu a mensagem, também pelo Twitter.
Haddad afirmou que escreveu para o novo presidente de “coração leve” e “com sinceridade”. “Presidente Jair Bolsonaro, desejo-lhe sucesso. Nosso País merece o melhor. Escrevo essa mensagem, hoje, de coração leve, com sinceridade, para que ela estimule o melhor de todos nós. Boa sorte!”, escreveu Haddad.
Haddad também afirmou: “E como disse ontem [domingo], eu coloco a minha vida à disposição desse País. Não tenham medo, nós estaremos aqui. Nós estamos juntos. Nós estaremos de mãos dadas com vocês. Nós abraçaremos a causa de vocês. Contem conosco. Coragem, a vida é feita de coragem. Viva o Brasil!”.
No dia 3 de outubro, quatro dias antes da votação no primeiro turno, Bolsonaro deu uma declaração na qual disse que respeitaria o resultado das urnas, mas não ligaria para Haddad para parabenizar o adversário em caso de vitória do petista.
“Vou respeitar o que acontecer por ocasião das eleições, eu não vou é ligar para o Haddad caso ele venha a vencer”, disse Bolsonaro na ocasião.