Quarta-feira, 01 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 19 de junho de 2018
De olho no orçamento do Exército para os próximos anos, o general Eduardo Villas Bôas tem realizado uma série de conversas com os principais pré-candidatos à Presidência da República. Nas últimas semanas, ele conversou com Álvaro Dias (Podemos), Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede). Nessa terça-feira, foi a vez do tucano Geraldo Alckmin e do pedetista Ciro Gomes.
Fernando Haddad, por sua vez, ainda será convidado para falar com o comandante do Exército, em nome do PT, já que o pré-candidato do partido, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está preso em Curitiba (PR).
De acordo com o próprio comando do Exército, esta é a primeira vez, desde a redemocratização do País (no final da década de 1970), que o comando da caserna atua para defender a inclusão de projetos da instituição nos programas de governo dos postulantes ao Palácio do Planalto.
Nos encontros, Villas Bôas manifestou preocupação com a falta de dinheiro em projetos estratégicos. Alguns dos exemplos citados são o Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras) e o treinamento de militares para ações de segurança e defesa nacional. O general tem destacado a importância do Exército na intervenção federal no Rio de Janeiro e durante a greve dos caminhoneiros.
“Já obtivemos R$ 2,5 bilhões de orçamento em 2017″, diz um general ligado ao comando da Força Armada. Neste ano, caiu para R$ 2 bilhões. O próximo ano pode ter só R$ 1,4 bilhão. Então, o comandante do Exército tem conversado com os pré-candidatos, num movimento sem precedentes na instituição, para reforçar a importância de investir em defesa.”
Polêmicas
Conhecido por suas manifestações polêmicas, no Dia do Exército (19 de abril) o general Eduardo Villas Bôas disse que o Exército não pode “ficar indiferente às reais ameaças à nossa democracia”. Em uma mensagem alusiva à data, o comandante da instituição citou a corrupção, a impunidade e a insegurança na mensagem lida ao lado do presidente Michel Temer.
Villas Bôas convocou a unidade “para que não retardem o desenvolvimento e prejudiquem a estabilidade”. Ele disse, ainda, na ocasião: “Não podemos ficar indiferentes aos mais de 60 mil homicídios por ano, à banalização da corrupção, à impunidade, à insegurança ligada ao crescimento do crime organizado e à ideologização dos problemas nacionais”.
“São essas às reais ameaças à nossa democracia e contra as quais precisamos nos unir efetivamente, para que não retardem o desenvolvimento e prejudiquem a estabilidade”, frisou a mensagem, lida pelo cerimonial do evento e assinada pelo general.
Em um ano de eleições, Villas Boas também falou que caberia à população “definir, de forma livre, legítima, transparente e incontestável”, a vontade nacional: “O momento requer equilíbrio, conciliação, respeito, ponderação e muito trabalho”.
“Nas eleições que se aproximam, caberá à população definir, de forma livre, legítima, transparente e incontestável, a vontade nacional. Definido o resultado da disputa, unamo-nos como Nação. Será esse o caminho para agregar valores, engrandecer a cidadania e comprometer os governantes com as aspirações legítimas de seu povo. O Exército acredita nesse postulado”, concluiu a mensagem.