Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 7 de agosto de 2019
Duas medidas para reforçar o combate à violência contra a mulher foram aprovadas, nesta quarta-feira (07), no Senado Federal. Entre as propostas está a modificação na lei para permitir, como medida protetiva a vítimas de violência doméstica, a apreensão imediata de arma de fogo em posse do agressor. A matéria segue agora para sanção presidencial. A relatora da matéria foi a senadora Leila Barros (PSB-DF).
Pelo texto, assim que houver o registro de ocorrência doméstica, a autoridade policial deve verificar se o agressor possui registro de porte ou posse de arma de fogo. Nessa hipótese, deve notificar à instituição responsável pela concessão do registro ou da emissão do porte.
Os senadores aprovaram também projeto de lei da Câmara (PL 510/2019) que assegura prioridade nos processos judiciais de separação ou divórcio à mulher vítima de violência doméstica. Por ter sido modificada no Senado, a matéria retorna para apreciação da Câmara dos Deputados.
O projeto, de autoria do deputado Luiz Lima (PSL-RJ), sofreu alterações ainda na Câmara dos Deputados. Lá, foi incluída a possibilidade de os juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher terem a competência para julgar essas ações.
Pela proposta da Câmara, ficam garantidos à mulher os seguintes direitos: ser informada sobre a possibilidade de ingresso imediato da ação de divórcio, de que a decisão sobre a ação não dependa da definição sobre a partilha de bens, e sobre o direito de preferência na tramitação da ação, mesmo que a violência ocorra após o ajuizamento da demanda.
No Senado, o relator na CCJ, senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), propôs mudanças no texto, como a alteração do Código de Processo Civil, para permitir à mulher vítima de violência doméstica e familiar o ajuizamento das ações de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável perante o foro do seu domicílio ou de sua residência.
Declaração polêmica
No dia em que a Lei Maria da Penha completa 13 anos, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, publicou em seu tweet que as mulheres têm se destacado cada vez mais na sociedade e que, por isso, estariam deixando os homens intimidados. Em seguida, o ministro acrescentou que o mundo está em constante mudança e que “temos muito a aprender”.
Pela manhã, o ministro participou de solenidade, em Brasília, de assinatura de um pacto entre diversos órgãos para a construção de políticas públicas de combate à violência contra a mulher.
Talvez nós, homens, nos sintamos intimidados pelo crescente papel da mulher em nossa sociedade. Por conta disso, parte de nós recorre, infelizmente, à violência física ou moral para afirmar uma pretensa superioridade que não mais existe.
— Sergio Moro (@SF_Moro) August 7, 2019
O mundo mudou. Temos muito a aprender. Diz isso não o Ministro, mas o filho, marido e pai de mulheres fortes.
— Sergio Moro (@SF_Moro) August 7, 2019