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Ciência 93% dos jovens brasileiros não sabem citar nome de nenhum cientista de nosso país

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O médico sanitarista Oswaldo Cruz, hoje herói nacional, enfrentou enorme resistência popular às suas ideias. (Foto: Reprodução/Youtube)

Nesta segunda-feira (08), foi comemorado tanto o Dia Nacional da Ciência quanto o do Pesquisador. A data é também a origem da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), entidade civil voltada para a defesa do avanço científico no País. Não há muitos motivos para celebração, no entanto.

No primeiro semestre deste ano, milhares de bolsas de pesquisa foram congeladas e dois grandes protestos contra o corte de verba na educação tomaram as ruas do País no mês de maio. A memória coletiva também não privilegia a ciência. Em junho, uma pesquisa realizada pelo INCT-CPCT (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia) apontou que 93% dos jovens brasileiros não sabem citar o nome de um cientista do País.

O jornal Folha de S.Paulo pediu nas redes sociais que indicassem qual cientista do Brasil eles conheciam ou lembravam. Lidera o ranking das respostas o neurocientista Miguel Nicolelis, famoso por mostrar o exoesqueleto na abertura da Copa do Mundo de 2014, no Brasil. Há desigualdade de gênero no resultado. A primeira mulher a aparecer na lista, a geneticista Mayana Zatz, foi só a sexta mais lembrada.

1º Miguel Nicolelis, 58

Neurocientista da Universidade Duke, nos EUA. Seus estudos buscam integrar o cérebro humano com máquinas para reabilitar pacientes que sofrem de paralisia nos movimentos do corpo. Na abertura da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, exibiu um exoesqueleto que possibilitou a um paraplégico dar um chute leve numa bola.

2º Marcelo Gleiser, 60

Professor titular de física, astronomia e filosofia natural no Dartmouth College (EUA), ficou conhecido do grande público por seus best-sellers sobre cosmologia e pelas aparições na TV. Em março de 2019, Gleiser se tornou o primeiro latino-americano a receber o prêmio Templeton, espécie de Nobel do diálogo entre a ciência e a espiritualidade.

3º Oswaldo Cruz
(1872-1917)

Médico sanitarista, hoje herói nacional, enfrentou enorme resistência popular às suas ideias. No começo do século 20, contrariou o conhecimento da medicina da época ao defender que a febre amarela era transmitida por um mosquito. Em 1904, encarou a Revolta da Vacina, ao tentar promover uma vacinação em massa contra a varíola.

4º Carlos Chagas
(1879-1934)

Biólogo, médico sanitarista e bacteriologista, teve papel importante na erradicação da malária no país. Em 1908, detectou protozoários no intestino dos “barbeiros”, insetos sugadores de sangue, e conseguiu relacioná-los à doença cardíaca misteriosa que atingia a população do interior de Minas Gerais, hoje conhecida como doença de Chagas.

5º César Lattes
(1924-2005)

Formado em física e matemática aos 19, era considerado um prodígio. Aos 23, teve seu maior feito: ao lado do inglês Cecil Frank Powell e do italiano Giuseppe Occhialini, descobriu uma partícula no interior do núcleo atômico, o méson pi, pontapé inicial do campo da física de altas energias. Seu colega inglês recebeu sozinho um Nobel pelo trabalho.

6ª Mayana Zatz, 71

Zatz é professora de genética e diretora do Centro de Pesquisas sobre o Genoma Humano e Células-Tronco da USP. Ela é responsável por algumas das pesquisas mais importantes sobre o tratamento de distúrbios musculares no Brasil. Foi uma das principais vozes no debate que levou à aprovação de pesquisa com células-tronco embrionárias no País.

7ª Suzana Herculano-Houzel, 47

A bióloga e neurocientista carioca ganhou o mundo em 2009 ao publicar um estudo mostrando que o cérebro humano é composto de 86 bilhões de neurônios. Em 2016, saiu do Brasil e da UFRJ, por considerar que o país não oferecia mais condições para pesquisa. Hoje, atua na Universidade Vanderbilt, nos EUA.

8ª Joana D’Arc Félix, 55

A pesquisadora e professora de química nascida em Franca (SP), negra e de origem pobre, conseguiu trajetória acadêmica admirada. Ela tem mestrado e doutorado na Unicamp e é docente da Escola Agrícola de Franca. Em maio deste ano, foi revelado que ela não tem pós-doutorado em Harvard nem parte das patentes que afirmava ter.

tags: Brasil

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