Sexta-feira, 12 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 22 de abril de 2023
Ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva intensificaram o discurso contra a nova onda de invasões promovida pelo Movimento dos Sem Terra (MST) em áreas produtivas e até uma fazenda da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Segundo Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais, o grupo tem outras formas de ação para obter resultados.
“Eu já disse: Discordo de qualquer tipo de invasão de áreas produtivas, sobretudo de áreas que estão desenvolvendo pesquisas, como forma de luta. Acredito que o movimento tem outras formas de luta que podem conquistar ainda mais a sociedade para uma causa tão importante que é a reforma agrária”, afirmou Padilha, em Brasília.
Para o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, a estratégia do movimento não é “boa”, mas o governo, segundo ele, está buscando uma solução. “Vejo o governo empenhado, vejo o presidente (Lula) preocupado e vejo o ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) também preocupado”, afirmou Múcio, que acompanha Lula em viagem a Portugal (mais informações na pág. A10).
O MST tem invadido propriedades rurais em diversas partes do País, inclusive em áreas produtivas de empresas – como a Suzano Papel e Celulose – e até área da Embrapa Semiárido –, desde o início deste mês. As ações integram o que os integrantes chamam de “Abril Vermelho” (mais informações nesta página).
A percepção do governo é de que as invasões, que visam pressionar pela aceleração do programa de reforma agrária, podem acabar tendo o efeito contrário, pois tendem a atrasar o cronograma em desenvolvimento pelo governo Lula. A reforma agrária, assim como o incentivo à agricultura familiar, são bandeiras de campanha do petista.
Exigência
Neste mês, o MST invadiu uma área de preservação ambiental e de pesquisas genéticas da Embrapa, em Pernambuco. A empresa pertence ao governo federal. “O Ministério do Desenvolvimento Agrário está, desde o começo, dialogando com a agricultura familiar e os movimentos que estão na área rural para construir junto um programa de fortalecimento de assentamentos”, disse Padilha.
Os líderes do MST foram recebidos pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O titular da Agricultura, Carlos Fávaro, teve de abandonar um evento em Londres a mando de Lula para resolver a crise.
O movimento, porém, ampliou a lista de exigências. Agora, o MST quer novas nomeações de superintendentes no Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), além de mais verbas para a compra de terras destinadas à desapropriação.