Segunda-feira, 25 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 24 de agosto de 2025
Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) estão insatisfeitos com a atuação da presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, diante das sanções financeiras impostas pelo governo dos Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes.
A irritação começou após a dirigente sugerir aos integrantes do Supremo a abertura de contas em cooperativas de crédito como forma de se proteger de eventuais efeitos da Lei Magnitsky.
Os ministros recusaram a proposta, segundo dois integrantes do Supremo e um interlocutor. A negativa foi revelada pela colunista da Folha Mônica Bergamo.
A dirigente do Banco do Brasil também ofereceu cartões com a bandeira brasileira Elo para ministros do Supremo que estão na mira das sanções do governo Donald Trump.
Foi a forma encontrada no banco de evitar punições dos Estados Unidos pelo possível uso de cartões de bandeiras americanas por ministros do STF sancionados.
Até agora, Moraes é o único integrante do Supremo incluído na lista dos alvos da Lei Magnitsky. Os cartões foram oferecidos também a outros ministros do tribunal diante dos relatos de que eles podem sofrer as mesmas sanções.
As críticas contra Tarciana têm sido repassadas por ministros do Supremo a integrantes do governo e do mercado financeiro. Há uma avaliação de que a dirigente tem demorado para definir um plano de ação em resposta à crise com os americanos.
Um ministro do STF criticou a atuação da presidente do BB comparando-a a uma enfermeira que não viu o sangue da crise provocada pelos ataques ao banco.
Diante da insatisfação, Tarciana passou a se movimentar num esforço para baixar a fervura. Ela entrou em contato com integrantes do Supremo nos últimos dois dias para esclarecer a posição do banco.
Em outra frente, a dirigente do BB enviou uma mensagem a pessoas próximas comunicando que as versões publicadas na imprensa não saíram de fontes oficiais da instituição financeira. Moraes, na mesma linha, disse a interlocutores que não possuía cartões do Banco do Brasil.
O episódio ocorre no momento em que a cadeira de Tarciana é alvo da cobiça de parlamentares do centrão, com apoio de ministros do governo Lula.
Mas a presidente do BB tem recebido apoio de outros integrantes do governo, segundo os quais Lula gosta de Tarciana e não estaria descontente com sua performance.
Tarciana Medeiros é formada em administração e entrou no Banco do Brasil em março de 2000. Funcionária de carreira da instituição financeira há 22 anos, ela atuou nas áreas de varejo, agências e superintendências. Em 2021, se tornou gerente executiva de experiência do cliente e soluções para pessoas físicas.
Ela tomou posse como presidente do BB em janeiro de 2023. Foi escolhida pelo presidente Lula (PT) ainda na transição de governo para o cargo. É a primeira mulher a comandar o banco estatal, criado em 1808. (Com informações da Folha de S.Paulo)