Sábado, 12 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 19 de junho de 2020
A defesa de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) quando este era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, entrou com um pedido de habeas corpus nesta sexta-feira (19).
Queiroz foi preso na quinta (18) em Atibaia, no interior de São Paulo, em um imóvel de Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro.
O ex-policial militar, que foi transferido para o Rio de Janeiro – onde tramita o caso –, está detido no complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste da capital fluminense.
A prisão é desdobramento do inquérito que investiga um suposto esquema de “rachadinha” – em que servidores do gabinete devolvem parte do salário – na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Queiroz foi assessor e motorista de Flávio Bolsonaro até outubro de 2018, um mês antes da deflagração da Operação Furna da Onça, que apura corrupção, lavagem de dinheiro e loteamento de cargos públicos na Assembleia do Rio.
De acordo com um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) de 2016, época em que o assessor ainda estava lotado no gabinete de Bolsonaro, Queiroz movimentou cerca de R$ 1,2 milhão em saques e depósitos, considerados atípicos pelo órgão.
Flávio
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) publicou em suas redes sociais um vídeo em que sugere ao Ministério Público (MP) a investigação de Natália Nicolau, filha do juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, que expediu o mandado de prisão de Fabrício Queiroz e sua mulher, Márcia de Oliveira.
Segundo o senador, Natália possui uma “boquinha” com o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel.
Já em entrevista ao jornal Correio da Manhã, Flávio deu mais detalhes da acusação feita contra o magistrado e sua filha e disse não ter dúvidas que a prisão de seu ex-assessor é um movimento para “tentar desgastar o presidente [Jair] Bolsonaro”.
“Alguns dias atrás uma das minhas advogadas já havia dito que pleitearia a suspeição do juiz Flávio Itabaiana porque ele é uma pessoa que tem a filha empregada com o Wilson Witzel, a sócia da filha dele também está empregada no governo Witzel até hoje”, disse o senador ao jornal.
Ele também acusou o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), de interferir em investigações e ter ligação com o juiz Itabaiana. “O próprio Wilson, quando sofreu busca e apreensão, falou muito claramente: ‘nós já temos provas suficientes para prender Flávio Bolsonaro’. E quando usa nós, ele se inclui nisso como claramente uma pessoa que interfere nas investigações e possui um vínculo direto com o juiz Flávio Itabaiana”, afirmou.
Flávio também defendeu Queiroz e disse não ver nenhuma novidade que justificasse a ordem de prisão contra ele. Por fim, o senador disse lamentar o uso de pessoas em disputas políticas. “Quem quiser disputar eleição para presidente da República tem que se candidatar em 2022 e não tentar fazer covardias e cometer arbitrariedades ao longo de todo esse tempo até lá.”
Em nota, o governo do Rio de Janeiro esclareceu que Natália Menescal Braga Itabaiana Nicolau trabalha hoje na Casa Civil do Estado como secretária e possui vasta experiência na área cível e de direito público, sendo advogada e exercendo a profissão em escritórios de advocacia.
O governo rebate também a suposição de ligação entre o juiz Flavio Itabaiana e o governador Wilson Witzel.
A nota ressalta que a nomeação da advogada ocorreu 15 dias antes da distribuição eletrônica do processo de Flávio Bolsonaro ao Juízo de Direito da 27° Vara Criminal, onde atua o pai da servidora, e que a distribuição eletrônica do processo é aleatória.