Domingo, 22 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 2 de fevereiro de 2020
O cerco para evitar a propagação da doença também tem ocorrido na Europa e nos Estados Unidos: 23 países confirmaram casos do novo coronavírus. Reino Unido, Espanha, Suécia e Rússia engrossaram a lista de países com registro do novo coronavírus.
Em meio ao surto, governos tentam proteger suas populações. O dos Estados Unidos declarou emergência de saúde pública. Anunciou que voos vindos da China só poderão pousar em sete aeroportos americanos onde haverá uma força-tarefa para receber os passageiros.
Desde domingo, está proibida a entrada no país de estrangeiros que estiveram em território chinês e os americanos que, nas últimas duas semanas, passaram pela província chinesa de Hubei, onde fica Wuhan, o epicentro do surto, vão ter que encarar uma quarentena obrigatória.
Mais de 60 países já implementaram alguma forma de controle de imigração para cidadãos chineses, desde a exigência de atestados médicos até o cancelamento de vistos.
O número de companhias aéreas que suspenderam voos para a China não para de aumentar, apesar de, na quinta-feira (30), ao declarar emergência de saúde pública de interesse internacional, a Organização Mundial da Saúde (OMS) não ter recomendado restrições de viagens.
Nesta sexta, a OMS reforçou a orientação: “A única maneira de checar, rastrear o histórico de viagens e ver se os viajantes têm algum sinal de infecção é através de controles oficiais”, disse o porta-voz. Como prevenção, a OMS sugere lavar as mãos regularmente com sabão ou álcool em gel; evitar contato com pessoas com febre ou tosse; e evitar comer carnes malpassadas.
Pesquisadores cruzam dados para tentar fazer um raio-x da situação. Uma análise dos primeiros 99 pacientes tratados em Wuhan com pneumonia foi publicada pela renomada revista médica “The Lancet”.
O levantamento mostrou que alguns apresentaram dor de garganta, de cabeça e/ou muscular. A maioria teve tosse e febre. A análise destacou ainda que os dois primeiros pacientes que morreram — um homem de 61 anos e outro de 69 — eram aparentemente saudáveis, mas fumantes com pulmões enfraquecidos.
Um estudo ainda mais amplo da renomada publicação “New England Journal of Medicine” com os primeiros 425 infectados revelou que praticamente a metade dos pacientes tinha 60 anos ou mais. Nenhum tinha menos de 15 anos. Segundo os pesquisadores, ou as crianças são menos propensas a contrair o novo coronavírus ou, quando infectadas, apresentam sintomas mais amenos.
A pesquisa destacou ainda que o surto do novo coronavírus tem dobrado de tamanho a cada semana, mas a capacidade de propagação parece ser um pouco menor do que o estimado inicialmente. Cada pessoa pode passar o novo coronavírus para entre duas e três pessoas.
Os primeiros números sugerem ainda que a taxa de letalidade do coronavírus de Wuhan é consideravelmente menor do que as taxas de outros tipos de coronavírus — duas mortes a cada cem infectados. No caso da Sars, a Síndrome Respiratória Aguda Grave, foram dez mortes em cada cem infectados. Na Mers, a Síndrome Respiratória do Oriente Médio, 34 mortes em cada cem infectados.