Terça-feira, 08 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 5 de janeiro de 2021
A Pfizer Brasil negou nesta terça-feira (5) a existência de negociações paralelas com Estados brasileiros para o fornecimento de doses de sua vacina contra a covid-19, desenvolvida em parceria com o laboratório alemão BioNTech e disse manter o diálogo aberto com o governo federal. Na segunda-feira (4), em entrevista à rádio CBN, o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Lula, afirmou que a farmacêutica americana procurou a entidade após enfrentar dificuldades na interlocução com o Ministério da Saúde.
Na entrevista à CBN, Lula, que também é secretário de Saúde do Maranhão, disse que a “maioria dos Estados” estaria participando do diálogo e que o interesse do Conass é que a negociação fosse mediada pelo governo federal. Mas, diante do quadro de impasse, o presidente da entidade disse que o conselho não esperaria “de braços cruzados”.
A negociação entre a Pfizer e o governo federal é entrelaçada por impasses e ruídos. Em 8 de dezembro, pressionado pelo início da vacinação no Reino Unido com a fórmula da companha, o Ministério da Saúde informou que as tratativas com a empresa haviam “avançado muito” na direção da aquisição de 70 milhões de doses do imunizante.
No dia seguinte, em entrevista à CNN Brasil, o ministro Eduardo Pazuello afirmou que a campanha de vacinação brasileira poderia começar em dezembro, o que não aconteceu, e chegou a mencionar a chegada de 500 mil doses do imunizante da Pfizer em janeiro, ainda que não houvesse formalização de compra e nem autorização de uso emergencial pela Anvisa. O anúncio causou desconforto na companhia, que manteve negociações com o governo.
Mais recentemente, diante da reticência da Saúde em bater o martelo pela aquisição de doses da vacina, que já é utilizada por países latino-americanos como Chile, Costa Rica e México, a empresa anunciou que só formalizará um pedido de autorização de uso emergencial junto à Anvisa caso a pasta confirme a compra das vacinas.