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Mundo A polícia da Coreia do Sul achou um bilhete de despedida com um pedido de desculpas na casa do prefeito de Seul, que foi encontrado morto

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Parl Won-soon se notabilizou como advogado de direitos humanos. (Foto: Reprodução/YouTube)

Na última quarta-feira (8), o prefeito de Seul, Park Won-soon, falava a jornalistas sobre seus planos para o mundo depois da pandemia — incluindo uma cidade mais inovadora e segura para mulheres. Horas depois, uma de suas secretárias o acusou de assédio sexual.

“Peço desculpas a todos, agradeço a todos que estiveram comigo em minha vida. Para sempre pedirei desculpas à minha família, a quem apenas trouxe dor”, disse Park no bilhete, publicado pelo The New York Times. “Adeus a todos.”

Encontrado morto na quinta, em um caso tratado como suicídio pela polícia, Park Won-soon chocou o mundo político sul-coreano, colocando fim a uma história que há tempos chamava a atenção.

Homenageado

Advogado de direitos humanos e defensor das populações mais vulneráveis da sociedade, Park atuou contra empresários, políticos e venceu o primeiro caso de assédio na Coreia do Sul, onde leis sobre abuso são recentes. Para muitos, era o sucessor natural de Moon Jae-in, o presidente sul-coreano, cujo mandato acaba em 2022.

Não se sabe o que motivou o suicídio. Aliás, quando um político tira a própria vida na Coreia do Sul, a opinião pública geralmente se torna favorável ao seu legado, e as autoridades evitam as investigações. Foi o que ocorreu com o presidente Roh Moo-hyun, em 2009, em meio a denúncias de corrupção.

Park era um dos sete filhos de uma família rural na Coreia do Sul, durante os anos que sucederam a Guerra da Coreia (1950-1953). Em suas memórias, falou sobre como seus pais só tinham dinheiro para pagar as mensalidades dos filhos homens, e sobre como suas irmãs sacrificaram sua educação por ele.

Pouco depois de entrar para a Universidade Nacional de Seul, a principal do país, participou de um protesto contra o então governo ditatorial, sendo mandado à prisão por quatro anos e sendo expulso da instituição. Ele mudou de universidade e passou no exame da ordem dos advogados local.

Ficou conhecido por atuar em casos relacionados à liberdade de expressão e direitos das mulheres — inclusive sendo premiado por isso, em 1998. Também atuou no combate à corrupção, com investigações e processos que acabaram com a condenação de empresários. Um deles, o então presidente da Samsung, Lee Kun-hee, em 2009, condenado por evasão fiscal e fraude.

À frente da prefeitura de Seul desde 2011, adotou medidas ligadas à educação e emprego, além do compromisso de tornar as ruas da maior cidade da Coreia do Sul mais seguras para as mulheres. Patrulhas específicas, um aplicativo de alerta e mesmo um sistema de fiscalização de banheiros para destruir câmeras escondidas, um problema tristemente comum no país. Por outro lado, era criticado por suas visões a favor da reconciliação com a Coreia do Norte — certa vez, chegou a defender um amistoso entre as duas seleções de futebol como estratégia política.

Na pandemia do novo coronavírus, foi elogiado por conter a doença, com 1.401 casos na metrópole de 10 milhões de pessoas, adotando uma política agressiva de distanciamento social, muito embora a cidade conviva hoje com um novo surto da doença.

Com o anúncio da descoberta do corpo de Park Won-soon, encontrado em um local histórico do Norte de Seul, centenas de pessoas, incluindo subordinados e apoiadores, se juntaram na frente do hospital da Universidade Nacional. Entre os gritos, “acorde, Park Won-soon”, “te amamos, Park Won-soon” e “como vamos ir em frente agora, com tanto trabalho a ser feito?”.

Diante das denúncias de assédio, o governo municipal pediu à imprensa que não publicasse alegações não confirmadas contra ele. A família emitiu uma declaração sugerindo aos jornalistas que não circulassem “acusações unilaterais ou sem base”.

“Ele era mais forte e mais apaixonado do que qualquer um, então é natural se perguntar ‘por quê?'”, disse Lee Min-ju, assessora de imprensa de Park, citada pelo The New York Times. “Mas ele escolheu pôr fim à sua vida e enterrar tudo com ele, sem deixar seu lado da história. Então todas as informações sobre o caso serão, essencialmente, especulativas.”

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