Domingo, 29 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 8 de fevereiro de 2022
Não é difícil identificar o grito de “macaco” no vídeo que mostra o atacante Gabigol, do Flamengo, sofrendo injúria racial no Fla x Flu do último domingo (6). As imagens captadas pela jornalista Isabelle Costa repercutiram amplamente nas redes sociais e motivaram repúdios de jogadores, clubes e comentaristas esportivos.
Para o TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) do Rio de Janeiro, no entanto, ainda não há elementos suficientes para oferecer denúncia contra o torcedor que proferiu a ofensa criminosa. “Sem imagem não tem como denunciar. Gritaram ‘macaco’, mas como vou denunciar sem ver de onde veio? Vou esperar para ver se aparece mais alguma informação nova”, disse André Valentim, procurador do TJD, ao portal de notícias Uol.
Enquanto a Justiça não consegue dar conta do caso, o atleta da seleção brasileira tem demonstrado sua revolta. Logo após o jogo, escreveu: “Até quando? Até quando isso vai acontecer sem punição? Jamais vou me calar, é inadmissível que passemos por isso!! Orgulho da minha raça, orgulho da minha cor!! Racismo Não”, disse.
Os dois clubes também se pronunciaram sobre o ocorrido. O Flamengo, onde joga o centroavante, afirmou prestar toda solidariedade a Gabigol e disse que estará sempre ao lado do jogador.
“O Clube de Regatas do Flamengo repudia veementemente o episódio lamentável ocorrido na partida deste domingo com o atleta Gabigol, que foi vítima de racismo. O clube presta total solidariedade ao nosso atacante. Estaremos sempre ao seu lado, Gabi. Racismo é crime”, afirmou o clube rubro-negro.
O Fluminense, por sua vez, informa estar apurando a efetividade da ofensa racista, buscando apoio auxiliar de outras câmeras e filmagens. Ainda assim, a equipe tricolor diz repudiar qualquer tipo de preconceito e que se orgulha de ter como lema “Time de todos”.
“O Fluminense informa que está apurando o episódio em que um torcedor supostamente teria dirigido palavras racistas ao atacante Gabriel Barbosa, ao final da partida deste domingo. O próprio autor da divulgação do vídeo diz que teve a impressão, sem certeza, de ter ouvido as supostas ofensas, e, neste sentido, o Fluminense informa que está buscando as imagens do estádio a fim de auxiliar na apuração da existência ou não do fato e na identificação de eventual autoria. O clube reitera que considera intolerável qualquer tipo de preconceito e se orgulha de manter como lema o ‘Time de Todos’, de respeito ao próximo, independentemente de raça, gênero, credo ou orientação sexual”, escreveu a equipe das Laranjeiras. As informações são da revista Veja e do jornal O Estado de S. Paulo.