Segunda-feira, 25 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 24 de agosto de 2025
A memória é uma das capacidades do cérebro que as pessoas mais utilizam. Rememorar uma viagem sonhada ou aprender um conteúdo para uma prova são algumas das coisas que requerem a memorização. Para desenvolver essa capacidade, Charan Ranganath, um neurocientista norte-americano.
Ranganath revelou os segredos por trás de uma boa memória em uma entrevista no canal do YouTube do coach americano Jim Kwik. Ali, detalhou que os hábitos de estudo e sono são chave para a retenção.
No caso dos estudos, o neurocientista afirmou que pode-se obter um melhor rendimento quando a pessoa se submete a um “esforço ou luta” para manter a informação. Se não se aplicar esse método, invalida-se o que já se sabe.
“A melhor maneira é desafiar a si mesmo. O desafio antes de aprender algo permite ao cérebro funcionar de uma maneira mais otimizada”, explicou Charan.
O autor best-seller estipula que a melhor forma de aprender é se colocando à prova. Tentar acertar uma resposta antes de tê-la permite ao cérebro se organizar melhor.
Fator sono
Outro fator que afeta o registro de uma nova informação é o sono. De acordo com o especialista, as pessoas que passam a noite toda acordadas esquecem até 80% do que aprenderam.
Ranganath explica que alguns optam por não dormir antes de uma prova porque sentem que seu cérebro está “fixado” em certa informação. No entanto, adverte que a falta de sono afeta negativamente o córtex pré-frontal e o hipocampo, duas áreas chave para o rendimento cognitivo.
“Virar a noite é pior porque, durante o sono, o cérebro trabalha para dar sentido às experiências do dia. Diversos estudos demonstraram que não se trata apenas de guardar as lembranças do dia, mas de compreendê-las e extrair-lhes significado”, disse o especialista em memória.
“É como pegar a informação que você acabou de tentar memorizar e incorporá-la ao conhecimento que já tem para poder expressá-la e acessá-la rapidamente. Isso ocorre durante o sono”, acrescentou.
Música
Outro dos elementos chave para a memória é a música. Ranganath diz que as canções funcionam como uma “âncora” para uma determinada lembrança pois despertam emoções.
“A música é te traz a essa lembrança. Dá energia, emoção e plasticidade ao cérebro”, explica.
Esquecer coisas faz parte do cotidiano de muitas pessoas. De acordo com o especialista, esse processo se deve a dois grandes fatores:
* A informação não é biologicamente importante: as coisas que dão emoção, felicidade ou medo são fatores que geram plasticidade cerebral e nos fazem criar memórias. Se a informação não gera sensações, é menos provável que a pessoa a recorde.
* Memória competitiva: diferente de uma galeria de fotos, o cérebro compete entre duas lembranças similares. Um exemplo disso é quando uma pessoa coloca as chaves em lugares diferentes ou quando associa alguém a um determinado nome.