Sexta-feira, 06 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 5 de junho de 2025
O advogado gaúcho Maurício Dal Agnol foi preso preventivamente em Passo Fundo (Região Norte do Estado), nessa quinta-feira (5), durante operação contra esquema de lavagem de dinheiro. Alvo de mais de 200 processos, ele tem condenação em primeira instância por apropriação indevida de dinheiro de clientes em ações judiciais e chegou a ficar na cadeia por seis meses, em 2014.
Dal Agnol estava em casa, onde cumpre pena de seis anos em regime semiaberto, mediante o uso de tornozeleira eletrônica, pelo crime de posse ilegal de arma-de-fogo de uso restrito. Ele está impedido de exercer a profissão, devido ao cancelamento de seu registro profissional pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Na ofensiva dessa quinta, os agentes o encaminharam a uma Delegacia de Polícia ao Presídio Regional do município. O promotor responsável pelo caso explicou que a nova medida tem por finalidade assegurar a ordem pública e o prosseguimento da apuração sobre movimentações financeiras suspeitas.
No dia 21 de maio, cerca de R$ 4,7 milhões em dinheiro-vivo haviam foram recolhidos na residência e no escritório de Maurício Dal Agnol, de 50 anos. O montante foi encontrado durante operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) nas cidades de Passo Fundo e Barra Funda (também no Norte gaúcho).
As ordens de busca e apreensão haviam sido expedidas pela Justiça para permitir a localização de provas e o bloqueio de bens dos investigados – oito pessoas físicas e diversas empresas. Saldo: sequestro judicial de mais de 50 imóveis, 25 veículos e créditos financeiros, além do recolhimento de documentos, celulares, quatro armas-de-fogo e grande quantidade de charutos e bebidas.
O foco da apuração está o suposto esquema de lavagem de um total de R$ 40 milhões desviados de clientes que venceram processos judiciais contra uma operadora de telefonia e que eram representados por Dal Agnol. Em uma das 200 ações das quais é alvo, Dal Agnol foi condenado a indenizar as vítimas em R$ 66 milhões, por danos morais coletivos – sem contar mais de R$ 230 milhões em ações individuais.
Casal de influenciadores
Em Canoas (Região Metropolitana de Porto Alegre), o MPRS pediu o cancelamento das tratativas para um acordo de não persecução penal com casal de influenciadores digitais que foram presos na quarta-feira (5) por envolvimento em esquema de rifas virtuais. A desistência partiu do promotor responsável pelo caso, após a obtenção de novas informações.
“Houve uma alteração de rumo em razão de vídeos nas redes sociais e a investigação foi reaberta após a constatação de diversas atividades ilícitas”, informou o representante do Ministério Público, com parecer favorável à prisão preventiva mas sem acrescentar outros detalhes, devido a sigilo judicial.
(Marcello Campos)
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