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Política Aliados de Bolsonaro buscam aproximação com o Supremo em meio a temor por prisão do ex-presidente

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Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro buscaram o ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo. (Foto: Divulgação)

Diante do avanço da ação penal sobre a trama golpista, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro buscaram o ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), para tentar convencê-lo a apoiar a ideia de remeter o processo à primeira instância. A proposta, de acordo com pessoas envolvidas na negociação, seria retirar o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, do foco dos bolsonaristas e do governo de Donald Trump. O encontro, na segunda-feira, ocorreu antes de o americano aplicar ao magistrado brasileiro na Lei Magnitsky.

A reunião, um café da manhã realizado em Brasilia, teve a participação do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, do senador Rogério Marinho (PL-RN) e do líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ). Segundo relatos ouvidos pelo jornal O Globo, a conversa foi descrita como cordial, mas marcada por recados firmes.

Gilmar ouviu ponderações do grupo, mas foi direto ao descartar qualquer possibilidade de que os pleitos apresentados fossem atendidos. Para o decano do Supremo, a remessa do processo da trama golpista à primeira instância não está em discussão.

Ainda de acordo com relatos, os parlamentares chegaram a informar a Gilmar que sanções americanas contra Moraes seriam anunciadas em breve. O ministro reagiu com firmeza: disse que o Supremo poderia avaliar medidas para impedir que empresas brasileiras fossem obrigadas a seguir normas de legislações estrangeiras, como a Lei Magnitsky, voltada à punição de violadores de direitos humanos.

O episódio foi interpretado no entorno de Bolsonaro como um sinal de fechamento. Desde então, com a repercussão da sanção e o apoio a Moraes entre integrantes do STF, o grupo considera que a articulação perdeu fôlego. Alguns aliados agora voltam as atenções ao presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, que até esta sexta-feira não havia sinalizado abertura para encontros com representantes do PL.

O café com Gilmar foi uma tentativa do grupo político de Bolsonaro de tentar alguma aproximação com o Supremo. A percepção entre interlocutores do ex-mandatário é de que o risco de uma eventual prisão aumentou nos últimos dias.

O Judiciário marcou o retorno do recesso com uma sessão extraordinária nessa sexta-feira, na qual Moraes foi defendido por seus pares. Em um discurso de mais de 30 minutos, ele criticou duramente os responsáveis pelas sanções e elevou o tom ao se referir, indiretamente, a Bolsonaro e a seus aliados.

Cerco se fecha

Segundo fontes próximas ao ex-presidente, Bolsonaro passou a demonstrar maior inquietação com o avanço da crise desde a divulgação das sanções a Moraes. Ele vê o gesto americano como parte de um movimento de pressão internacional e teme que, em resposta, o ministro adote medidas ainda mais duras contra ele.

A sessão dessa sexta reforçou essa percepção entre aliados. As manifestações em defesa de Moraes e da soberania nacional foram vistas como um recado claro de que o STF pretende se blindar e manter sua atuação. No plenário, Moraes criticou o que chamou de “organização criminosa miliciana” e afirmou que seguirá normalmente com seu trabalho, apesar das punições.

“Esse relator vai ignorar as sanções que lhe foram aplicadas e continuar trabalhando como vem fazendo”, disse.

A declaração provocou reações públicas. O deputado Sóstenes Cavalcante, que tem atuado como um dos principais interlocutores do PL nas conversas com o Judiciário, rebateu as palavras do ministro:

“Ele (Moraes) está com amnésia. Quem primeiro sancionou esposas, filhos menores de réus, foi ele; agora ele vem querer lamentar a possibilidade de sanção à esposa dele?”, afirmou, em entrevista.

Apesar do tom mais agressivo adotado publicamente por alguns parlamentares, outros aliados de Bolsonaro seguem buscando reverter o isolamento por meio de telefonemas e sondagens discretas. A avaliação dominante, no entanto, é que o clima no Supremo permanece fechado a qualquer gesto de conciliação no curto prazo. As informações são do jornal O Globo.

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