Geral Aulas na rede estadual recomeçam nesta segunda-feira; paralisação ameaça início do ano letivo

O secretário da Educação afirma que a orientação é para que as escolas sejam abertas para recepcionar a comunidade escolar. (foto: reprodução)

Começam nesta segunda-feira (29) as aulas na rede estadual de ensino. Em Porto Alegre, onde mais de 70 escolas foram atingidas pelo vendaval do dia 29 de janeiro, apenas dois estabelecimentos não terão condições de receber os alunos: Carlos Barbosa Gonçalves (aulas iniciam-se dia 7) e Protásio Alves (início no dia 14).

“Fizemos um enorme esforço para abrir as portas das nossas escolas na capital no dia 29 e assim o faremos. Conseguimos em um tempo recorde realizar os reparos nas escolas atingidas, e estamos ainda com obras em andamento em muitas delas”, disse o secretário estadual de Educação, Vieira da Cunha.

“O Colégio Protásio Alves já tinha problemas sérios anteriormente, o Conselho Escolar se reuniu e optou pela prorrogação do início do ano letivo, pois precisaremos de mais duas semanas para deixar a escola em condições de receber com segurança os seus alunos, mas esta é uma exceção. A grande parte das escolas está pronta, caso da Ildefonso Gomes, que foi a mais atingida e está com as obras concluídas”, completou o secretário.

Paralisação
Embora o início das aulas esteja marcado para segunda-feira, o Cpers-Sindicato anuncia para a data um dia de paralisação em defesa da educação. A ideia é mobilizar professores, funcionários de escola, pais, alunos e comunidade escolar. A concentração está prevista para ocorrer às 13h30min, no Largo Glênio Peres. Após será realizada uma caminhada que irá passar pela Secretaria da Fazenda e Aula Cidadã – segundo o sindicato, um debate sobre assuntos como segurança, saúde e educação – em frente ao Piratini.

Já o secretário da Educação afirma que a orientação é para que as escolas sejam abertas para recepcionar a comunidade escolar. “A orientação é para que os nossos diretores e diretoras abram as portas das escolas na próxima segunda-feira e recebam a comunidade escolar. Nós respeitamos o movimento sindical, que tem todo o direito de fazer suas manifestações, mas acima de tudo está o direito do aluno de ter o calendário escolar respeitado, e vamos zelar por isso. As escolas que aderirem ao movimento devem comunicar e justificar isto para a comunidade escolar”, ressaltou.

Escola Ildefonso Gomes
Na quinta-feira (25), Vieira visitou a Escola Ildefonso Gomes. De acordo com a diretora, Vera Araújo, o cenário nos primeiros dias era desolador. Telhas quebraram, parte do madeiramento sofreu avarias e havia galhos de árvores espalhados pelo pátio.

“Quando cheguei à escola no dia 30, o impacto foi de sentar no chão e achar que o mundo tinha acabado. Pessoas conhecidas do edifício ao lado tiraram fotos do telhado e passamos, então, a correr atrás do prejuízo. A empresa veio, trabalhou aos sábados, domingos, feriado de carnaval e hoje está tudo pronto para o início das aulas”, conta a diretora.

Enquanto encaminhava as providências administrativas para a contratação da construtora, ela ganhou um reforço da comunidade escolar, que logo após o vendaval realizou um mutirão para retirar do pátio e do interior do prédio todo o entulho acumulado.

“As escolas funcionam muito melhor quando a comunidade abraça, participa e se envolve e aqui tivemos um exemplo claro disto. Uma das mais atingidas foi uma das primeiras a ficar pronta e vamos poder abri-la na segunda-feira melhor do que estava”, afirmou Vieira, enquanto parabenizava os pais e professores pela união.

Há também escolas que não sofreram prejuízos com os temporais, mas receberão os alunos com a estrutura melhorada, caso da Felipe de Oliveira, no bairro Santa Cecília, onde nessa quinta-feira equipes da empresa responsável pela obra finalizaram a troca do piso em algumas salas de aula e realizaram a limpeza do espaço. Além de abrigar seus estudantes, este ano e em parte de 2017 a Felipe de Oliveira receberá turmas de Educação Infantil do Instituto de Educação General Flores da Cunha, que passa por obras de restauro.

Números
A Rede Estadual conta com 2,5 mil escolas e quase 75 mil professores. Até 25 de fevereiro, 836 mil matrículas já haviam sido confirmadas. O número é parcial, já que o período de ajustes nas escolas segue durante todo o mês de março.

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