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Por Redação O Sul | 23 de maio de 2017
Em agosto, a advogada Janaina Paschoal, de 42 anos, caiu no choro e foi consolada por um abraço de Aécio Neves (PSDB-MG). Coautora do pedido de impeachment contra Dilma Rousseff, acabara de defender sua destituição e pedir na tribuna do Senado que a petista a desculpasse. “Peço que ela, um dia, entenda que eu fiz isso também pensando nos netos dela.”
Na semana passada, registrou uma “profunda tristeza” em rede social. “Não por mim, mas por Tancredo Neves, entendo que seu neto não tem mais condições de compor o Senado.” O mesmo Aécio que a embalou nove meses antes acabou pego num áudio comprometedor, virou réu e foi afastado do cargo pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, a professora de direito penal da USP defende a renúncia de Michel Temer como a saída “menos dolorida” e diz que, para substitui-lo, é “contra qualquer ideia de colocar FHC”, que “só faz oposição de fachada”.
Sobre a melhor saída para a crise política, ela afirmou que “a renúncia [de Temer] é menos dolorida. Além dela e do impeachment, há os caminhos do Tribunal Superior Eleitoral [cassação da chapa] e do próprio STF”.
Questionada se assinaria um pedido de impeachment contra Temer, Janaina disse que, “com relação a Dilma, ninguém teria coragem para enfrentá-la, pois o PT domina a imprensa e as universidades. Por isso corri tantos riscos. Com relação a Temer, a OAB já tomou a dianteira [de pedir a destituição], e eu apoiei. Não precisa que eu assine”.
Sobre quais seriam bons nomes para o Planalto, declarou que é “contra qualquer ideia de colocar FHC. Ele sempre defendeu Lula e Dilma. Nunca apoiou o impeachment. A oposição dele é de fachada. Desses nomes [que circulam como potenciais candidatos], só apoiaria Cármen Lúcia [presidente do STF]”.
Ao ser questionada sobre sua relação com Aécio Neves, Janaina respondeu: “Acho que falei com o senador Aécio três vezes na vida. Não tinha nenhuma proximidade com ele. Votei nele apenas no segundo turno em 2014. No primeiro, votei em Marina. Sempre tive muito carinho por Tancredo, pois ele representava o sonho da democratização. O que quis dizer foi que eu amo o Brasil, e os petistas amam o PT”. (Folhapress)