Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 16 de setembro de 2021
O Brasil sofrerá perda de renda de US$ 240 bilhões (R$ 1,260 trilhão) entre 2020-2025 por causa dos efeitos da pandemia de covid-19 pelas projeções da Unctad (Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento). Globalmente, a entidade calcula que os países em desenvolvimento estarão US$ 12 trilhões mais pobres até 2025 afetados pela pandemia.
No caso do Brasil, a projeção é que esse empobrecimento representará US$ 146 bilhões entre 2020-21, ou menos 8% do Produto Interno Bruto (PIB). Entre 2022-2025, o Brasil perderia mais US$ 94 bilhões.
Assim, no acumulado de 2020-2025, a perda de renda do país seria de US$ 240 bilhões, equivalente a menos 13,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Na América Latina como um todo, a perda de renda seria de US$ 619 bilhões entre 2020-2025.
No Brasil, diz a Unctad, “apesar do pesado custo humano da pandemia, a economia se contraiu em apenas 4,1% em 2020, o menor impacto entre as maiores economias latino-americanas”.
Em seu relatório anual, a agência da ONU nota que a política fiscal e monetária expansionista ajudou o Brasil a atenuar o impacto econômico da covid-19 e, em 2021, a recuperação dos preços das commodities e uma eliminação gradual do estímulo fiscal deverá ajudar o crescimento do PIB em 4,9%.
Pelo lado positivo, diz a Unctad, a vacinação e a demanda de serviços tendem a acelerar na segunda metade de 2021 no Brasil. Do lado negativo, observa que a escassez de oferta das usinas hidrelétricas tem impulsionado a inflação, o que, por sua vez, está forçando o Banco Central a aumentar a taxa de juros de curto prazo “para um nível contracionista”.
Nota também que, em Argentina, Brasil, Nigéria, Sudão do Sul, Sudão e Zimbábue, os preços de um ou mais alimentos básicos atingiram níveis anormalmente altos em meados de 2021 que poderiam ter um impacto negativo no acesso aos alimentos.
A região da América Latina e o Caribe como um todo foi severamente atingida pela covid-19, com altas taxas de contágio e mortalidade, juntamente com uma forte desaceleração econômica. O PIB de toda a região caiu 7,1% em 2020 e a Unctad projeta crescimento de apenas 5,5% em 2021.
A América Latina está lutando contra o aumento da inflação, devido ao pico internacional nos preços dos alimentos e à volatilidade das taxas de câmbio, “causada pela especialização excessiva da região nas exportações de commodities e pela alta exposição aos fluxos especulativos de capital internacional”. As informações do jornal Valor Econômico.