Terça-feira, 14 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 21 de dezembro de 2016
O que o apresentador André Marques, o diretor Boninho e o ator Leandro Hassum têm em comum? Todos optaram pela redução de estômago para emagrecer, assim como muitos brasileiros no ano passado. Tanto que os números da SBCBM (Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica) mostram que esse tipo de cirurgia cresceu 6,25% em relação a 2014.
No entanto, e apesar dos vários casos de sucesso, o procedimento é complexo e há quem diga, muito arriscado. Caetano Marchesini, presidente eleito da SBCBM, nega, porém, que seja uma cirurgia perigosa. “Atualmente, a bariátrica é reconhecida como a forma mais eficaz de tratar obesidade mórbida. Tem os mesmos riscos que qualquer outro tipo de cirurgia e pode ter complicações – como sangramento ou trombose. Ou seja, problemas não necessariamente relacionados à técnica”, explica o médico.
Segundo o profissional, o paciente precisa compreender que fazer a operação é uma decisão para a vida inteira e representa a cura para uma doença: a obesidade. Por isso mesmo, passa longe de ser um tratamento estético ou uma solução mágica.
Cuidados
Os cuidados pré e pós-cirúrgicos incluem apoio nutricional, psicológico e psiquiátrico – caso seja necessário –, além de um acompanhamento multidisciplinar permanente e anual para que a pessoa permaneça saudável e bem longe dos antigos hábitos.
Outra dica, que pode parecer óbvia, mas que é extremamente importante: você deve escolher um profissional especializado no assunto. Atualmente, segundo Marchesini, o Brasil possui a segunda maior sociedade metabólica e bariátrica no mundo. “Procure informações sobre o médico em órgãos reconhecidos pela categoria e use a internet para ir atrás de mais informações. Atitudes assim diminuem as chances de você acabar em mãos erradas”, orienta.
Suporte especializado
Para a vice-presidente da Comissão de Especialidades Associadas da SBCBM, Andrea Levy, que também é psicóloga clínica e bariátrica, algo fundamental para o sucesso do procedimento é o bom preparo. “Esta é uma cirurgia eletiva [o paciente agenda o procedimento], não emergencial, e com efeitos para o resto da vida. A pessoa precisa estar com a saúde clínica e mental em ordem”, explica. Por isso, além do diagnóstico clínico, é importante fazer um acompanhamento psicológico bem detalhado antes da operação. “Se descobrirmos uma depressão ou ansiedade, por exemplo, melhor adiar.”
Andrea ainda conta que não é algo comum, mas existe o risco da pessoa trocar o vício da comida por outro – se tiver alguma predisposição. “A absorção do álcool fica mais rápida depois da cirurgia, o que pode gerar um comportamento abusivo em quem já fazia uso de bebidas antes. Mas quero ressaltar que não é o que acontece na maioria dos casos, e, sim, algo em torno de 2% a mais da população que já tem problemas com a bebida”, diz.