Quinta-feira, 18 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 14 de dezembro de 2021
O premier britânico, Boris Johnson, anunciou que “ao menos um” paciente morreu após ser diagnosticado com a Ômicron. É a primeira morte registrada no planeta relativa à nova cepa. Horas antes da declaração de Boris, que também fez um apelo pelas doses de reforço, o secretário de Saúde, Sajid Javid, disse que “cerca de dez pessoas” estavam internadas no Reino Unido com a nova cepa e que o governo não pode descartar suspender as aulas presenciais.
“[Os casos] dobram a cada dois ou três dias”, disse Javid, alertando que, se nada for feito, poderá haver 1 milhão infectados com a Ômicron até o fim do mês: “Estamos de novo em uma corrida entre a vacina e o vírus.
A variante, detectada no país pela primeira vez em 27 de novembro, está se disseminando em um “ritmo fenomenal” e já é responsável por 20% dos casos na Inglaterra e cerca de 40% das infecções em Londres, disse.
Não há mais detalhes sobre o paciente britânico, sua idade, possíveis comorbidades ou sintomas. Informações preliminares apontam que a variante causa sintomas mais amenos, diferentemente de formas anteriores do vírus, mas seria mais transmissível e teria um maior escape vacinal. A maior transmissibilidade pode ser suficiente para sobrecarregar hospitais e centros médicos, dizem especialistas.
No fim de semana, Boris já havia aumentado o nível de alerta da pandemia no país e anunciado que os britânicos estão diante de um “tsunami de casos” pela nova cepa. Não descartou novas restrições antes do Natal:
“Durante a pandemia, tenho feito o máximo para ressaltar para o público que precisamos observar para onde a pandemia está indo e quais passos devem ser necessários para proteger a saúde pública”, disse o premiê.
Segundo dados da Universidade de Oxford, 68,53% da população britânica já receberam duas doses do imunizante, enquanto 33% receberam a dose de reforço. A média móvel de novos casos no Reino Unido foi de 51.124 no domingo (12), aumento em relação ao número duas semanas antes: cerca de 44 mil.
O pacote de Boris para conter a nova onda, batizado de “Plano B”, inclui o retorno ao trabalho remoto, o uso de máscara em espaços abertos, medidas que visam dar tempo para conhecer mais a cepa. A popularidade do premiê está em seu pior patamar histórico, com 65% desaprovando o governo.
O inferno astral começou na semana passada, com a publicação de uma reportagem pelo Daily Mirror sobre uma suposta festa de Natal realizada em 2020 na sede do governo. A celebração teria reunido entre 30 e 50 participantes em 18 de dezembro, quando encontros em ambientes fechados estavam proibidas em Londres, e um dia antes de Boris endurecer ainda mais as restrições. Em 27 de novembro, o próprio Boris teria discursado na despedida de uma colaboradora, mencionando inclusive como o evento parecia lotado.