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Economia Com “inverno do Bitcoin”, corretoras demitem dezenas de funcionários

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Exchanges não escaparam do problema que se vê há mais tempo em outras empresas tech. (Foto: Reprodução)

O inovador mundo dos criptoativos ganhou um tom menos promissor nas últimas duas semanas – e não por que o bitcoin, moeda “símbolo” desse universo, perdeu metade do seu valor desde setembro de 2021.

No lugar de manchetes sobre aportes milionários e perspectiva de crescimento, o noticiário mostrou demissões em massa em duas das mais relevantes empresas de negociação de criptoativos da América Latina: o Grupo 2TM, dono do Mercado Bitcoin, e a Bitso.

Os cortes indicam que as corretoras cripto, também chamadas de exchanges, não escaparam do problema que se vê há mais tempo em outras empresas tech. Uma sequência de desligamentos vem ocorrendo em 2021, inclusive em “unicórnios” (startups avaliadas em US$ 1 bilhão) nacionais, como Vtex, Olist, QuintoAndar, Loft e LivUp.

O segmento cripto sofre ainda com o que já é chamado de ‘inverno do bitcoin’ – uma fase de baixa que já dura nove meses e se aprofundou em maio. A moeda – que virou sinônimo de cripto para muitos – é a porta de entrada para todo este mercado, e as exchanges são o caminho para acessá-lo. “Essas empresas estão sofrendo duplamente. Com o período de queda do bitcoin e o problema para todo o setor de tecnologia“, diz Dan Yamamura, sócio do fundo de investimento de risco Fuse Capital.

As demissões são uma medida das exchanges para readequar a rota diante da conjuntura de inflação e juros altos global, que afasta o dinheiro dos investimentos de risco. Na análise de Yamamura, as startups em geral passam a ter uma preocupação com a preservação de caixa neste momento nebuloso. “A empresa que recebeu um aporte pensa em esticar o caixa o máximo possível. A fase de pegar o dinheiro e fazer o máximo possível com ele acabou”, afirma.

Para o Venture Capital focado no setor cripto, o momento é de atenção, mesmo com a ciência de que a volatilidade no segmento é altíssima. No primeiro trimestre, os investimentos globais em empresas relacionadas à tecnologia blockchain totalizaram US$ 9,2 bilhões, de acordo com a plataforma CB Insights. Foi a sétima alta trimestral consecutiva, “enquanto a maioria dos outros setores do Venture Capital teve declínio”, de acordo com o relatório.

A fase de distribuir dinheiro para startups e aumentar a probabilidade de conseguir grandes êxitos passou. Com o dinheiro mais “contadinho”, os tiros precisam ser certeiros. Isto vale tanto para os fundos como para os projetos dentro das exchanges que passaram a buscar diferentes negócios para se diferenciar. O efeito colateral disso, na visão de Yamamura, é que os projetos que vão receber dinheiro serão os mais preparados e promissores.

Além das dificuldades que se avolumaram para as empresas de crescimento, o nicho das corretoras cripto viu a competição crescer agressivamente. O principal serviço prestado, de comprar e vender ativos digitais, precisa de escala para de fato valer a pena. Por isso, muitas das exchanges foram tentando abrir novas frentes, atrás de melhores margens.

Um especialista no setor comenta que mesmo segmentos promissores, como tokenização e venda de NFTs, foram agregando complexidade para a gestão dessas empresas. “Muitas vezes, a ideia é muito boa, mas esbarra em um monte de desafios. É difícil escalar rapidamente e inovar sempre”, diz.

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