Segunda-feira, 04 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 30 de julho de 2025
As contas do governo central, que englobam Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social, registraram déficit primário de R$ 11,4 bilhões no primeiro semestre desse ano, segundo dados divulgados pelo Tesouro Nacional nessa quarta-feira (30). No acumulado de 2025, o resultado fiscal está cerca de R$ 60 bilhões abaixo do verificado no mesmo período do ano passado, quando foi registrado um déficit de R$ 67,3 bilhões.
O resultado foi composto por superávit de R$ 192,2 bilhões do Tesouro Nacional, frente a um déficit de R$ 69 bilhões do Banco Central, e um resultado negativo de R$ 203,6 bilhões da Previdência Social.
Em junho deste ano, houve déficit primário de R$ 44,3 bilhões, frente a um déficit de R$ 38,7 bilhões registrado no mesmo mês do ano passado.
O avanço das receitas, impulsionado por uma atividade econômica ainda forte no início do ano, aliado ao corte de despesas, ajuda a explicar esse desempenho. O Ministério da Fazenda confirmou que, em termos reais, os gastos do governo estão mais de 3% abaixo do registrado em 2024.
A meta fiscal deste ano é de resultado zero (equilíbrio entre despesas e receitas), com intervalo de tolerância entre déficit de R$ 31 bilhões e superávit de R$ 31 bilhões, ou 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB). Com as novas projeções divulgadas pelo governo na semana passada, a estimativa para o resultado das contas públicas este ano é de déficit de R$ 26,3 bilhões, uma folga de R$ 4,6 bilhões ante o piso da meta.
A melhora nas contas públicas divulgada nessa quarta pelo Tesouro acontece após o governo tomar uma série de medidas para conter os gastos e aumentar as receitas. Entre elas, está o congelamento de R$ 31 bilhões no Orçamento em maio. Este congelamento foi reduzido para R$ 10,7 bilhões após previsão de melhora fiscal.
Além disso, o governo também publicou um decreto que elevou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para alcançar o piso da meta de resultado primário (diferença entre receitas e despesas). Após uma disputa com o Congresso Nacional e conciliação com no Supremo Tribunal Federal (STF), o governo manteve a maior parte da medida.
No ano todo, a estimativa de entrada de recursos com a majoração do IOF é de cerca de R$ 10 bilhões, já considerando o período em que o decreto foi sustado pelo Congresso. Por mês, o governo projeta arrecadação de R$ 1,6 bilhão com a medida.
Por outro lado, o governo conta com R$ 10,5 bilhões em receitas da medida provisória (MP) que altera a tributação de ativos financeiros, editada como parte da negociação com o Congresso sobre o aumento do IOF. As informações são do jornal O Globo.